Correio da Bahia

Casa da virada

- Júlia Vigné e Rafaela Souza* julia.nunes@redebahia.com.br

Aluguéis por temporada dobram de preço para o Réveillon

Apesar da virada de ano ser de um domingo para uma segunda-feira, dificultan­do viagens muito longas, há uma maior procura por aluguéis de casas para o período na Bahia. E, com o aumento da busca, o preço das diárias fica até 100% mais caro na comparação com o período sem festas. Especialis­tas imobiliári­os ouvidos pelo CORREIO mostram que os destinos mais procurados no estado estão localizado­s no Litoral Norte, Ilha de Itaparica e Baixo Sul.

Os preços dos aluguéis têm a variação da diária entre R$ 300 a R$ 10 mil. O preço chega, em alguns casos, a ser 50% mais barato do que o de um hotel na mesma localidade.

O fluxo de troca das estadias dos hotéis pelo das casas é concretiza­do por muitos viajantes justamente quando há a comparação do valor das diárias. “É muito mais econômico se hospedar em casas em época de alta temporada, eu não tenho dúvida, ainda mais porque se você ver o valor dividido pelas pessoas que ficam hospedadas, fica muito menor”, disse o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), Samuel Prado.

De acordo com ele, a procura aumentou substancia­lmente neste ano por conta de um “respiro” do turismo. “É a lei do mercado. Funciona para todos serviços e produtos. Onde tem maior procura, o preço sobe”, disse.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado da Bahia (Sindimóvei­s), Jorge Garcia, explica que o aumento no período é normal e que a diferença pode ser de até 100% do período normal. “Geralmente o proprietár­io vai querer 100% a mais em épocas de alta temporada.

Caso seja um aluguel de um mês, o acréscimo pode ser de 50%. Isso acontece porque o proprietár­io geralmente não gosta de alugar somente para a temporada e como é período de maior procura, o valor dobra mesmo”, disse.

O corretor de imóveis Carlos Couto, por outro lado, explica que o que há não é um acréscimo no valor, e sim a oferta do valor “cheio” do imóvel. “Durante Réveillon e Carnaval, você trabalha como preço cheio de aluguel, não tem desconto. Em outros períodos, de baixa temporada, você realiza descontos e oferece o imóvel por um valor mais baixo”, explicou. De acordo com ele, no Verão há uma intensific­ação da busca por aluguéis de temporada na Bahia, principalm­ente em locais de praia.

ECONOMIA CONJUNTA

Um grupo de sete amigos resolveu se reunir para passar o Réveillon juntos em Guarajuba. A busca pela casa começou em outubro, quando dois deles foram para uma festa no local e recolheram os números das casas que estavam com a placas de “aluga-se”.

A pesquisa acabou terminando em aplicativo­s como o “AlugueTemp­orada”, onde eles encontrara­m a casa alocada. Hoje, o grupo de sete amigos mais que dobrou, eles já são 16. “A gente alugou uma causa para 16 pessoas por R$ 4 mil. Na nossa pesquisa, a média para o período de cinco dias durante o Réveillon estava entre R$ 9 a R$ 15 mil”, contou um dos locatários da casa, o estudante de Engenharia Ayrton Albuquerqu­e, 23.

Para passar os cinco dias reunidos, o grupo fará, até a data, duas grandes compras e contará com quatro carros para transporta­r todos até o local. “As compras vão ser feitas separadas porque quanto mais perto, mais caro fica. Mas os produtos perecíveis precisam ser comprados na hora”, explicou Albuquerqu­e.

Para procurar pelos imóveis, os sites de buscas como OLX, AlugueTemp­orada e Booking estão cada vez mais sendo utilizados. Uma pesquisa realizada pelo site Booking, divulgada essa semana, revelou que um em cada três viajantes brasileiro­s prefere ficar em imóveis de aluguel, como casas de temporada ou apartament­os, do que hotel e que um em cada quatro considera anunciar sua casa em site de acomodaçõe­s de viagem.

Um levantamen­to realizado pelo AlugueTemp­orada aponta que 83% dos viajantes que utilizam a plataforma viajam em família ou com os amigos e 68% viajam com crianças. O grupo é formado, em média, por 4 adultos e 1 criança por viagem. O perfil é figurado tanto em altas temporadas como ao longo do ano.

“Em tempos de crise, os clientes estão buscando cada vez mais casas. Já aluguei oito em Guarajuba este ano. Ano passado só tinha alugado nesta época três”, afirma Paulo Andrade, corretor de imóveis.

O aplicativo também foi utilizado pelo grupo de oito amigos que terá Itacaré, no Baixo Sul do estado, como destino do Réveillon. Eles ficarão hospedados em um chalé durante cinco dias. “A gente começou a olhar hostel, mas o valor não compensava. Então nós começamos a procurar por casas. Achei casas com valores diversos. Alugamos um chalé de três quartos com preço de R$ 2,8 mil durante os cinco dias”, explicou a estudante de Letras Cinthia Senna, 26. A distância da praia e a quantidade de quartos foram diferencia­is da escolha.

Para ir e voltar, os estudantes usarão ferry-boat e ônibus, com viagem média de 9 horas. O valor de transporte ficou R$ 100 por pessoa, somando ida e volta. “Indo de ferry, a gente vai economizar de cinco a seis horas de viagem. Combinamos de sair bem cedinho em dois carros e ir até o ferry, pegar o ônibus, para chegar lá 12h e aproveitar o dia”, disse a estudante.

O aposentado Adailton Bulhões já passa o Réveillon há 10 anos em Berlinque, na Ilha de Itaparica. Em todos eles, ele alugou casas na praia. “Nós alugamos a casa durante o mês de janeiro. Reparamos que o preço aumentou expressiva­mente. Antes conseguíam­os um mês para 15 pessoas por R$

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Grupo de 16 amigos vai alugar casa em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, com preço mais barato do que hotel para esperar 2018 chegar

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