24h Paralisação de policiais por atrasos de salários é ilegal, decide Justiça
RIO GRANDE DO NORTE A Justiça considerou ilegal a paralisação de policiais militares e civis no Rio Grande do Norte e determinou a retomada das atividades. Desde o dia 19, agentes de seguranças reduziram a operação ao mínimo possível em protesto contra o atraso de salários. Por isso, o comércio tem fechado as portas e os crimes aumentaram na Grande Natal. A decisão foi tomada pela desembargadora Judite Nunes, do Tribunal de Justiça potiguar. As associações que representam praças, cabos, oficiais, bombeiros e policiais civis, porém, ainda não foram comunicadas oficialmente e o trabalho não foi retomado. A sentença impõe multa de até R$ 30 mil em caso de descumprimento.
Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis manteve o posicionamento de que não há greve, mas um movimento para cobrar “a garantia do direito básico do trabalhador, que é o salário em dia”. A Associação de Subtenentes, Sargentos Policiais e Bombeiros diz trabalhar de acordo com as condições “estruturais e financeiras” oferecidas pelo estado. Com a paralisação, só 20% dos PMs estão nas ruas. O Supremo Tribunal Federal decidiu, em abril, que servidores públicos que atuem diretamente na atividade-fim da segurança pública não têm direito a greve. Um dos mais recentes movimentos do tipo foi em fevereiro, no Espírito Santo, onde policiais fizeram um motim. No fim da semana passada, o governo federal enviou 70 agentes da Força Nacional para ajudar o Rio Grande do Norte. Mas a União não vai repassar os R$ 600 milhões esperados pelo estado para pagar o salário de novembro e o 13º dos servidores.
Desde o dia 18, a média diária de roubo de veículos tem sido de 21 ocorrências – ante 13 por dia em agosto, último mês com dados disponíveis. Durante a semana, também houve 21 lojas arrombadas e três agências bancárias explodidas, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Na maioria das lojas, os bandidos usaram um veículo roubado para derrubar a porta de vidro ou de metal do estabelecimento e saquear os estabelecimentos. Os principais alvos são lojas de roupas, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e perfumes.