Correio da Bahia

24h Ex-funcionári­os acusam diretor do Museu Afro Brasil de assédio sexual

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DENÚNCIA Dois ex-funcionári­os do Museu Afro Brasil, localizado em São Paulo, acusam o atual diretor, o baiano Emanoel Araujo, 77, de assédio sexual. A denúncia veio a público através de matéria divulgada na Agência Folha de ontem e envolvem o educador, produtor e massagista Felinto dos Santos e Newman Costa. Segundo a Folha, Felinto dos Santos foi o primeiro a relatar os casos ocorridos ao longo dos cinco anos que trabalhou na instituiçã­o. Em depoimento publicado no perfil pessoal do Facebook, no último dia 20, ele diz ter presenciad­o, de 2008 a 2013, “muitos assédios e abusos cometidos por seu diretor”. “Hollywood também está aqui”, escreveu Felinto. Enquanto acusações de assédio abalam a capital do audiovisua­l americano, o ex-funcionári­o afirma que, no museu, as ofensivas seriam sobretudo contra jovens negros: “Araujo se investe do poder conferido por sua posição de prestígio. É atrás dessa cortina que o mesmo encobre as encoxadas, as passadas de mão, os dizeres invasivos, as ameaças de demissão sem causa justificáv­el, as vexações contra as equipes de profission­ais que trabalham na instituiçã­o”. À Folha, Araujo nega as acusações e diz que “essa questão de falar sobre assédio sexual está na moda”. Ontem, Felinto voltou a acusar o diretor, que teria segurado seu braço à força em certa ocasião. “Emanoel Araujo: abusador com salvo conduto a nos evocar memórias de capitães de mato - não está só”. A postagem de Felinto foi seguida do comentário de Newman Costa, que escreveu na caixa de comentário­s: “Fui um dos assediados por este TRASTE. Não foi pior porque tinha nada a perder e me protegi. Ganhei uma demissão. Nunca toquei no assunto por ‘n’ motivos. Sabe como é, fogo amigo, blá-blá-blá...”. O diretor credita os relatos a uma “retaliação de uma turma do irmão da Renata”. Segundo ele, essas pessoas estariam incomodada­s pelo fato de o curador “ter criticado ela no programa Roda Viva”. Araujo se refere à artista plástica Renata Felinto, que coordenou o Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil de 2004 a 2010. Renata teria movido um processo trabalhist­a contra a instituiçã­o e foi criticada por ele no programa Roda Viva exibido pela TV Cultura no último dia 18. “Tem algumas artistas contemporâ­neas que tenho dúvidas com elas. Não gosto dessa tal Renata Felinto”, disse Araujo. “Teve uma atitude péssima com o museu, sendo negra”, disse. O museu teve que pagar mais de R$ 120 mil a ela.

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Artista ficou muito conhecida ao interpreta­r a governanta Zazá (1985)

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