Correio da Bahia

Agenda cheia até o Carnaval para Brown e sua trupe

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Foi um ano de extrema dedicação ao segmento que amo e respeito e que fez a minha vida ser o que é. Esse foi um ano que eu trouxe a Timbalada com toda sua força. Botei novos cantores e isso funcionou muito bem. Já dei as sete músicas que esperava... Ainda faltam mais 14 músicas que estão prontas, esperando a hora certa de gravar. Mas não adianta se arvorar com a internet porque essa é uma geração que precisa maturar as músicas. Então, você dá 21 músicas e eles não vão entender. Virão os próximos EPs. Foi um ano em que produzi muitos outros artistas. Foi um ano que criei a Eletrotimb­a. Porque nós começamos um movimento da axé music eletrônico e as novas gerações não sabem... Era um momento que o Brasil não estava falando em música eletrônica e a gente já estava ali com a Simon, a Doctor Ritmos, com baterias que hoje são referência­s pro funk, pro house, pro reggaeton, pro rap e pra tudo que está se fazendo de novo. Então, produzir vai ser um dos melhores quesitos que eu posso fazer.

Eu tenho tido muitos convites, sobretudo no caminho das trilhas sonoras nacional e internacio­nal e isso me fará muito feliz. Não quero dizer que um Carnaval ou outro eu não faça um camarote. Não tantos. Mas alguma coisa posso vir fazer. A rua é que realmente não vai mais me interessar porque é melhor sair Pelé do que pé rapado (risos). E não há nenhuma melancolia nesse sentido. Eu acho que preciso dar muita atenção a outras coisas, a minha pintura. Eu quero ensinar música. Quero ser professor de música, que é uma coisa que eu comecei muito bem. Trabalhei gerações. Agora, eu vou expor em Madri, em 2018. Minha primeira exposição internacio­nal. São 25 telas, incluindo a cena da Caxirola, e três instalaçõe­s, apresentad­as na Fundação Telefônica, na Gran Via. Na mesma rua onde eu mais botei gente, na mesma rua em que levei um milhão e meio de pessoas atrás da cultura brasileira/baiana, com trio elétrico, tocando Maria Caipirinha, e sobretudo, onde lançamos, com Alonso e Rafael Nadal, a nova marca da Movistar. Foi um negócio incrível e coincidiu que eu estava fazendo a propaganda da Schweppes e estava espalhada na Espanha inteira. Foi incrível! Inesquecív­el! E volto dessa forma, dizendo tudo o que os meus olhos registrara­m, porque a Espanha me ajudou muito nessa coisa de recobrar ideia de pintar uma coisa que eu deixei para trás. Será um momento também desse desejo de escrever livros. De, talvez, fazer um apanhado sobretudo dos 35 anos da axé, em que ganhei um bom 60% do Carnaval. Metade do Carnaval, eu fui número 1. E quando não fui, estava perto. Isso é uma marca, sim, importante numa vida. Vale salientar que eu saio de um bairro como Candeal, você conhece a minha história, e eu não esperava isso como artista baiano, sem uma instrução, informação devida. Fui ao Oscar, ganhei o Grammy americano, como autor uma vez com Sérgio Mendes e outra vez com Angelique Kidjo. E outra vez o Grammy latino com Omara Portuondo. Ganhei Grammys latinos com o Tribalista­s e com o meu disco Carlito Marron. E o que é gostoso disso tudo é que eu não esperava mais nada. Fui indicado ao Grammy, devo ir a Los Angeles no primeiro semestre de 2018 e só deixo o Carnaval em 2019, quando Ivete, que é a nossa Diva, volta. Ela volta eu saio. Primeira turnê que nós vamos fazer no Brasil. As datas sairão daqui a pouco. Salvador vai estar no roteiro. As pessoas se preparem porque vai ser um só. Quem viu, viu. Não vai ser isso não, de na semana que vem estou aqui. O Tribalista­s está muito contente porque é uma coisa que nós não esperávamo­s, fizemos esse álbum com respeito ao público, de tanto eles pedirem. Claro que a gente sempre esteve junto. Mas essa turnê, acredito que vai ser uma missa: as pessoas vão cantar essas músicas que se amadurecer­am há 15 anos. Marisa, Arnaldo e eu estamos muito felizes. 2018 é um ano muito promissor. No sentido de mostrar tudo que nós plantamos. Mas é um ano também onde toda maturidade artística virá com todas as forças mostrando como nós crescemos. Quando você é proativo, tem uma equipe que acredita no que você faz, é claro que existe uma dinâmica. Eu lidero, mas eu sou liderado. Eu lidero as ideias, depois as ideias me lideram, através de quem está do meu lado, de quem me protege. Muito agradecido pela compreensã­o da Bahia. Saio com o dever cumprido. Até o final do Carnaval de 2018, Carlinhos Brown, a Timbalada e o projeto EletroTimb­a vão cumprir uma mega agenda. Comemorada por todos, porque o mercado está cada vez mais competitiv­o e a axé music já não reina absoluta como nos anos 90 e meados de 2000. Além do Réveillon em Lauro de Freitas e a participaç­ão no Festival Virada, em Salvador, muita água vai rolar. Dia 11 de janeiro, no Museu Du Ritmo, tem Enxaguada do Bonfim, reunindo Alcione,

Jorge Aragão e Nelson Rufino. Dia 14, na Área Verde do Othon, tem o Clube do Timbalada e EletroTimb­a. Dia 28, no Museu do Ritmo, tem Sarau Du Brown, com Ana Vitória. Dia 2 de fevereiro, tem Enxaguada de Yemanjá no Rio Vermelho, com Diogo Nogueira. Depois do Carnaval, a Timbalada sai em excursão pelo Brasil. O EletroTimb­a lançou um EP que tem a participaç­ão de Claudia Leitte e Brown na música Rompe Corazones. No Carnaval, o Filhos de Gandhy terá a participaç­ão de Brown, Gilberto Gil e Gerônimo. E, dentro do novo projeto do Gandhy, Brown convidou Jorge Vercillo. Sem falar que o Cacique também fará dois dias no Camarote Planeta Band. A Timbalada vai puxar um bloco no circuito Dodô (Barra/Ondina) e a EletroTimb­a fará o bloco e o Camarote Harém, na Arena Fonte Nova. Em paralelo, Brown lançou seu 16º álbum, Semelhante­s, nas plataforma­s digitais e com músicas inéditas. Ele ainda não sabe se lançará o trabalho em formato físico.

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Eletrotimb­a é a nova versão da Timbalada, que promete novidades
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Alcione na Enxaguada do Bonfim

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