Volta da coluna restabelece relação de 25 anos com o leitor
e o resultado acaba sendo a desinformação. A respeito dos anos astrológicos e seus devidos regentes, ao meu ver, esses cálculos precisam ser atualizados, porque correspondem a um ramo da Astrologia, a cabalística, que ofereceu essa visão quando eram conhecidos apenas sete planetas de nosso sistema, até Saturno e, por isso, depois de terem sido descobertos Urano, Netuno e Plutão, acabou se tornando desatualizada. Não se calculam anos de Urano nem de Netuno e nem de Plutão. Desconheço e não reconheço, por isso, nenhum ciclo de Saturno que perdure até 2050. Saturno, por outro lado, é um distribuidor de energia cósmica de ação e, por isso, quem o considera produtor de dificuldades é aquele que não se ocupa o suficiente em colocar seus planos em ação, porque para as pessoas empreendedoras, que têm mínimo foco em seus objetivos, Saturno é uma grande ajuda. Independentemente de ano de Saturno ou não, coincide que esse planeta ingressou no seu domicílio, o signo de Capricórnio, em meados de dezembro de 2017 e, por isso, dá para prever com isso que as pessoas viciadas em serem do contra, se darão muito mal com isso, mas ao mesmo tempo, as pessoas que lutarem a favor de seus sonhos e objetivos encontrarão muito mais facilidade para realizar do que em outros tempos. As orientações que dou a seguir não são sequenciais: elas podem acontecer em outra ordem ou simultaneamente também. Em primeiro lugar, resolver minimamente as dores através de terapias eficientes, mas tomar cuidado para não gastar todo o tempo nisso, porque se corre perigo de se viciar em lutar contra sombras e problemas. Em segundo lugar, começar a investigar o funcionamento da vida em seus aspectos visíveis e invisíveis, pois a vida é generosa e quem a investigar com coração aberto recebe a recompensa de seu intelecto, desejo e corpo se alinharem numa direção mais saudável, promovendo a melhoria dos relacionamentos também. Em terceiro lugar, se dar o direito de construir uma boa vida, aprender a arte do bem viver, que não é necessariamente produto de recursos materiais, apesar de esses estarem envolvidos, mas por usar bem o que estiver disponível. Em quarto lugar, mas é o mais importante também, aprender a raciocinar com equanimidade, isto é, com imparcialidade, aceitando as diferenças, mas não as tratando com emoções ferozes ou fanáticas. Todas as pessoas têm direito de existir e de serem felizes entre o céu e a terra, gostemos disso ou não. Por isso, pensar com imparcialidade é fundamental para expandir a consciência. Essa pergunta requer umas aulas de Astrologia e de Cosmogonia (risos). Acho que, para sintetizar o assunto, podemos dizer que a Astrologia lida com tempo, e os mapas são como relógios com dez ponteiros, ou seja, mesclam ciclos de diversas magnitudes, produzindo o que, de fato, todos sabemos, que a experiência de vida é muito complexa e que requer doses enormes de boa vontade, porque o que sabemos a respeito é uma gota. Por outro lado, o que desconhecemos é um oceano. Olha, dizer que somos influenciados pelo céu nos coloca numa posição de exílio desse organismo colossal que é o Universo. Penso eu que todo estudo astrológico que se preze tem de começar por nos colocar dentro do céu, determinando qual é nosso lugar nesse, que não é um endereço, mas um propósito que a vida potencialmente tem em nós e que, ao longo da existência, temos a responsabilidade de nos tornarmos transparentes para que se irradie ao mundo da melhor maneira possível. Assim, deixamos de ser influenciados e nos tornamos influentes. O ano astrológico só começa no dia 20 de março, quando acontece o equinócio de Áries, mas neste ano coincidiu que há alguns dias, em dezembro, Saturno ingressou no seu domicílio, o signo de Capricórnio, e isso é muito auspicioso para quem tiver foco e determinação para lutar a favor dos seus projetos, mas A coluna de Oscar Quiroga foi publicada no CORREIO entre 1990 e 2015 e retorna ao jornal no dia 9 de janeiro. O astrólogo revela a satisfação de manter esse contato diário com o leitor da Bahia, estado marcado pelo misticismo e religiosidade de sua população: “A receptividade dos leitores e leitoras baianas tem sido sempre muito bacana, também será muito pernicioso para todas aquelas pessoas que, carentes de projetos, se dedicam de forma insistente a serem do contra, como os haters da internet. Na prática, é muito mais o que temos em comum do que aquilo que nos faz diferentes. Esta é uma verdade irrefutável, mas em vez de nos tratarmos como os semelhantes que somos, plantamos discórdias ao valorizar mais o fato de sermos diferentes. Sermos semelhantes não desvaloriza nossa individualidade: pelo contrário, a coloca na perspectiva de que estamos aqui para nos relacionarmos da melhor maneira possível e, sendo conscientes do que temos em comum, poderemos avançar com mais firmeza na direção da construção de um mundo mais justo. Eu escrevo sem ofender a inteligência dos leitores e me dirigindo por ser um povo que nasce naturalmente com os olhos voltados aos mistérios da vida e com capacidade de fazer suas próprias investigações”. O leitor pode acompanhar também o astrólogo no Facebook, usado para manter um contato mais direto com seus seguidores. “Tem sido uma experiência muito edificante, para o bem e para o mal”, diz a todos sobre o conhecimento que tenho a respeito do funcionamento da vida e dos problemas que temos em reconhecer isso, assim como também apontando a direção que nos leva a viver uma vida mais abundante. Acho esse tipo de comentário muito bom e o recebo com alegria, ao constatar que as pessoas conseguem se sintonizar muito bem com o fluxo da vida. Mas sou só o porta-voz desse fluxo. A Astrologia é apenas uma técnica e, em si mesma, não fornece todo o conhecimento necessário para fazer uma interpretação. Cada pessoa que se aventurar na Astrologia terá de se munir de todo o conhecimento geral do mundo e particular do funcionamento humano, se quiser oferecer a leitores e consulentes orientações dignas de serem levadas a sério. Além disso, uma atribuição importante para ser praticante de Astrologia é nunca considerar que sabe tudo, mas continuar sempre se munindo de mais e mais conhecimento. Esse trabalho exige muita energia e muito boa disposição, mas tenho essas condições comigo a maior parte do tempo. Raramente me desanimo ou fico de mau humor. A meditação e práticas de aproximação ao divino como primeira atividade do dia, antes do amanhecer, me asseguram esses estados de ânimo auspiciosos, para estar à altura da responsabilidade que representa oferecer orientações aos milhares de leitores que acompanham a coluna. É uma grande ilusão imaginar que o tempo seja escasso. Ao contrário, está sempre sobrando quando a gente se envolve de coração no que tiver de fazer. O autoconhecimento é muito importante, desde que não se transforme no vício de lutarmos constantemente contra nossas limitações e nos encerremos tanto nessa luta que acabemos deixando de nos relacionarmos entre nós. Acho que ainda mais importante do que o autoconhecimento é começar a nos aventurarmos no conhecimento das outras pessoas, especialmente aquelas que achamos tão diferentes de nós e que temos dificuldade de as aceitarmos como nossos semelhantes. Quiroga sobre a sua presença nas redes sociais. Em 2018, ele lança um novo portal, do o Instituto Sutratma, que fundou junto com a esposa, Luciana Ross. “Vamos colocar à disposição das pessoas todo o conhecimento que cada um de nós produziu ao longo do tempo e aquele que estamos desenvolvendo atualmente também”, diz.