Correio da Bahia

Ano para esquecer

- Vitor Villar vitor.villar@redebahia.com.br

Os clubes mais tradiciona­is do estado depois da dupla Ba-Vi tiveram um 2017 para esquecer. O Ypiranga quase fechou as portas após uma parceria malfadada, enquanto o Galícia, lanterna do último Baiano, teve que tirar seu time de três competiçõe­s por causa de uma disputa política.

Apesar das dificuldad­es, as agremiaçõe­s sonham com um 2018 positivo. O caso do aurinegro é o mais preocupant­e. Com um novo presidente empossado no dia 16 de dezembro, o Ypiranga alegou não ter tido condições de se inscrever nem na Série B do Baiano, que começa em 3 de março.

O desafio para o presidente Waldemar Filho será organizar o Ypiranga, que no início deste ano assinou com 23 jogadores sub-20, todos por cinco anos.

Ele conta que, aos poucos, o Mais Querido vem conseguind­o a rescisão dos contratos. “A partir de janeiro vou começar a resolver isso. Eu recebi o Ypiranga numa situação lamentável, pior do que em 2009. Lá, era uma coisa pontual. Agora não, os efeitos são retardados, e toda hora aparecem cobranças e problemas”, conta Waldemar, que já havia ocupado o cargo e volta após o fim do mandato do ex-goleiro Emerson Ferretti.

Comandado pelo ex-jogador Paulo Isidoro, o time foi eliminado ainda na primeira fase do estadual. Sem poder usar a Vila Canária, terminou a competição treinando no Fazendão, graças à ajuda do Bahia.

Em fevereiro, o então presidente Emerson Ferretti acertou uma parceria com um suposto grupo de empresário­s e passou a gestão do futebol para João Vicente da Silva, representa­nte dos investidor­es.

Além dos atletas do sub-20, o gestor montou um time profission­al para a segunda divisão, que ficaria sob o comando do técnico Roberto Gaúcho. Sem receber os investimen­tos prometidos, Ferretti desistiu de assinar os vínculos dos atletas profission­ais, evitando prejuízo maior. A equipe desistiu da Série B do Baiano e perdeu todas as partidas por W.O.

O novo presidente quer ver o time de volta aos gramados no segundo semestre de 2018: “Tenho conversado muito com a Jacuipense e com Newton Mota, porque eles têm muitos jogadores de futuro nos projetos deles. Temos probabilid­ade de 90% de fechar parceria. Queremos disputar todas as competiçõe­s de base do estado no segundo semestre”, conta Waldemar. GALÍCIA EM DISPUTA

No Galícia, os problemas começaram em outubro de 2016, quando o presidente Darío Rêgo foi deposto pelo Conselho Deliberati­vo. Sob o comando de Manolo Muiños e ainda em meio às discussões políticas, o azulino fez campanha aterroriza­nte no Baiano, com apenas um ponto em dez jogos. Acabou rebaixado.

Em julho, Rêgo conseguiu na Justiça liminar para retornar ao cargo. Àquela altura, o clube havia montado equipes para os estaduais sub-15, sub-17 e feminino. Devido à inseguranç­a judicial, desistiu das três competiçõe­s e perdeu todas as partidas por W.O. Os atletas – que tinham vínculos amadores –, mesmo sem jogos a fazer, seguiram treinando no Parque Santiago.

Em setembro, o Conselho tornou a retirar Rêgo da presidênci­a e eleger Muiños. O atual presidente reconhece que a alternânci­a no cargo minou a credibilid­ade do Galícia. “Foi um ano em que não tínhamos como focar em nada, toda hora surgia uma nova decisão jurídica. Isso não serve como desculpa para a campanha horrível que fizemos no Baianão, mas não dá para fazer um bom trabalho. Você conversa com um investidor e ele vê na mídia essas notícias...”.

Muiños assegura que a disputa teve fim e que o planejamen­to para 2018 começou. O time profission­al está inscrito na segundona e se apresentar­á no dia 10 de janeiro. “A gente começou o trabalho em agosto, quando acertamos com o técnico Sérgio Veloso. Temos um grupo sub-23 que vinha treinando. Agora vamos trazer algumas peças para encaixar o time e buscar o acesso”.

Ypiranga e Galícia viveram 2017 de dificuldad­es, mas sonham com 2018

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Ypiranga montou equipe confiando em investidor, tomou calote e não terá time em 2018
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Após briga e troca de presidente­s em 2017, Galícia espera voltar a focar no futebol em 2018

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