Correio da Bahia

Classes C e D ainda não sentem melhora na economia do país

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PESQUISA Embora o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) tenha apurado um cresciment­o da economia nos últimos trimestres e detectado uma deflação de 4,6% no preço dos alimentos entre janeiro e outubro deste ano, esses indícios de melhora econômica não foram percebidos pelas classes C e D, segundo pesquisa realizada pelo instituto Plano CDE, especializ­ado no comportame­nto de consumo das famílias de baixa renda. Após três anos seguidos de intensa recessão, os tênues sinais de alento recentes não chegaram ao radar desse contingent­e da população, diz Maurício de Almeida Prado, diretor do Plano CDE. A avaliação dessas famílias sobre a própria situação financeira na pesquisa feita em novembro é tão ruim quanto no levantamen­to de 2015, auge da crise, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) teve retração de quase 4%. O cenário de apreensão é em parte explicado pela composição de renda dessa população, que costuma ter forte componente informal. Dessa forma, a posição de um consumidor na classe C está longe de ser sólida. Caso um só morador perca o emprego, uma mesma residência pode cair para a classe D ou até mesmo E de um mês para outro. A deflação dos alimentos - item de forte peso na cesta de gastos da baixa renda não foi suficiente para compensar o efeito nefasto da alta do desemprego nas periferias.

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