Funcionários organizam rotina com marmitas
Diante dos preços mais elevados encontrados no aeroporto soteropolitano, resta aos turistas e nativos criar estratégias para driblar os excessos jejuar no terminal ou trazer lanches de casa. Para quem trabalha no aeroporto, as táticas precisam ser diferentes.
Na correria do dia a dia, os funcionários se dividem entre trazer marmita e segurar a fome até chegar em casa, com ajuda de biscoitos e sucos. A vendedora Lícia Souza, 44, mora em São Cristóvão, próximo ao terminal, onde chega diariamente às 7h. Ela espera até às 14h, quando chega em casa, para almoçar.
“A fome às vezes aperta. Mas aqui no aeroporto é muito caro e, como não tenho paciência de trazer comida todo dia, espero chegar em casa”, desabafa. Já o massoterapeuta Antônio Carlos, 46, encara um desafio duplo: morador de Feira de Santana, no Centro Norte da Bahia, precisa se organizar para vir às segundas, quartas e domingos alternados para o aeroporto de Salvador, onde atua em um espaço de massagens, com marmitas e lanches. A jornada é cansativa, mas vale tudo para não gastar além da conta. “Às vezes trago coisa até demais, mas não dá para enfrentar os preços daqui do aeroporto”, conta, aos risos. A colega do feirense, Elizabete Pinheiro, 33, também é adepta da marmita. Mas nem sempre consegue se planejar. “Quando isso acontece, eu e meus colegas compramos comida. Mas nunca aqui no aeroporto. Damos um jeito de comprar fora e trazer para cá, sempre”, entrega, antes do almoço na copa, onde se reúnem diariamente os oito funcionários do estabelecimento.