Correio da Bahia

Alfabetiza­da na batucada

- Carmen Vasconcelo­s carmen.vasconcelo­s@redebahia.com.br

Pela primeira vez, depois de quase duas décadas, o Projeto Pôr do Som - que acontece sempre ao pôr do sol - estará integrado ao Réveillon de Salvador, como parte do Festival Virada, que foi abrigado em uma arena que leva o nome da idealizado­ra do projeto, a cantora Daniela Mercury. A tradiciona­l apresentaç­ão da Rainha do Axé no primeiro dia do ano trará, em 2018, mais que música e contemplar­á um espetáculo cênico, onde a dança e o som serão os convidados.

Para tanto, Daniela levará o Balé Folclórico da Bahia, que comemora 30 anos de existência, e o grupo Quabales, projeto do multi-instrument­ista e produtor Marivaldo dos Santos, ao palco.

Daniela lembra, em entrevista ao CORREIO, que além de cidade da música, Salvador é a cidade da dança e que essa expressão será o canal de celebração e reverência para todos os santos que habitam a primeira capital do país: “Várias performanc­es especiais estão sendo preparadas e o vigor do Balé Folclórico estará em várias partes do show, com coreografi­as próprias e dançando algumas músicas do meu repertório”.

Quando o assunto é o Quabales, Daniela faz questão de ressaltar que o grupo é fruto de um projeto sócio educativo e cultural que contempla teoria musical, violão, percussão, break dance, performanc­e percussiva, canto e percussão eletrônica. O grande diferencia­l da iniciativa é a produção de instrument­os musicais não convencion­ais a partir de material reciclado. Atualmente, o grupo atende mais de 80 jovens do Nordeste de Amaralina. O nome do grupo foi originado da junção do número quatro, referente às quatro bocas dos instrument­os e o final da palavra timbales, que é o formato do instrument­os. “Eles são para mim a grande revelação da música de Salvador. Além das performanc­es, eles lançaram a linda música Cabeça aos Pés, que eu amo e indico pra todos ouvirem”, sugere a cantora. O Pôr do Som será um espetáculo de dança e performanc­es minhas com o Balé Folclórico da Bahia e com o Quabales. É também o show de lançamento do ET Tri Eletro (ET é como a cantora passou a chamar seus EPs, só em versão digital, sem uma mídia física). Então, as cenas de Banzeiro serão incríveis, com figurinos lindos e coloridos. Samba Presidente ganhou uma coreografi­a do Quabales. O show terá canções do Vinil Virtual e clássicos de música afro dos meus álbuns, será lindo plasticame­nte e muito baiano. A cultura baiana e a cultura brasileira fazem parte de mim, da minha essência. Eu carrego a herança africana e o jeito do baiano comigo. Canto a música negra de protesto da Bahia e danço afro desde criança. Não é à toa que este ano temos as marcas tão fortes do nosso povo no palco do Pôr do Som: o Balé Folclórico da Bahia, que está completand­o 30 anos em 2018, e o Quabales, criado pelo excepciona­l músico baiano Marivaldo dos Santos.

Será um carnaval inspirado

nas músicas do ET, Tri Eletro. E estou preparando cenas lindas pra levar o colorido e a alegria de Banzeiro para o Triatro. Até agora tenho confirmado­s três dias de desfile em Salvador: domingo e segunda com o bloco Crocodilo, no circuito da Barra (Dodô) e terça na Avenida Sete (Circuito Osmar), durante o dia, com a Pipoca da Rainha. A força de Banzeiro é impression­ante, parece muito com Maimbê. E tem a alegria e a leveza tão necessária­s. Samba Presidente e Eletro Ben Dodô também vão ganhar destaque no Carnaval com performanc­es e cenas que ainda estou preparando. Eleger um samba para presidente! (risos) E gravar mais músicas que nos fortaleçam

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