Correio da Bahia

24h Motorista de Uber é morto a tiros dentro do carro

- BÁRBARA CAROLINA

ILHA AMARELA O motorista de Uber José Henrique Pereira Alves, 24 anos, foi morto a tiros na noite de anteontem, no bairro de Ilha Amarela, no Subúrbio da capital. Segundo a Polícia Civil, o jovem foi atingido por quatro tiros na Rua Vila Pompeia dentro de um Prisma branco que dirigia - o veículo era de uma locadora de carros e não foi roubado. A polícia investiga o crime. Até ontem, ninguém tinha sido preso. Duas mulheres, que não tiveram o nome divulgado, foram conduzidas ao Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e liberadas. São considerad­as testemunha­s do homicídio. Policiais da 14ª Companhia Independen­te de Polícia Militar (CIPM/Lobato) foram chamados ao local e chegaram a prestar socorro à vítima, que foi levada ao Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos. Por volta das 11h da manhã de sábado (6), o motorista saiu da casa da sogra, no bairro de Itapuã, para trabalhar, com a promessa de que estaria de volta antes das

20h. Parentes e amigos estranhara­m a falta de retorno do jovem, que tinha combinado de ir a uma festa de 15 anos com parentes, amigos e a namorada. “Íamos juntos para a festa. Mandei uma mensagem para ele às 19h55, dizendo: ‘Não esqueça de mim, não. Ele ficou online às 20h01, visualizou, mas não respondeu’”, disse Deivisson Carmo, 25 anos, amigo da vítima. Ele complement­ou que a família foi informada pela locadora de que o carro estava parado nas imediações do Rio Sena, em Plataforma: “Achamos que ele tinha pegado outra corrida. Depois, por causa da demora, resolvemos ir ao shopping, que era o local marcado (de onde iriam para a festa)”. Ele disse que foi avisado de que o carro ainda continuava parado e, por isso, a empresa solicitou uma equipe de segurança para ir ao local. “Ligamos novamente e aí veio a notícia de que ele tinha dado entrada no Hospital do Subúrbio e que os parentes deveriam ir para lá”, falou Deivisson. O assassinat­o ocorreu por volta das 20h15. Parentes já tinham pedido à vítima para deixar a profissão devido à violência das ruas. “A mãe de Henrique já tinha pedido para ele largar a profissão por causa da violência. Mas não teve sucesso”, contou Morgana Pedreira, prima de José Henrique, que esteve ontem, no Instituto Médico Legal (IML). “Ele trabalhava antes como motorista de uma papelaria, mas ficou desemprega­do. Surgiu essa oportunida­de de trabalhar como Uber e ele aceitou”, afirmou ela. “Já estava na praça há uns 4 meses”, disse Tiago Pedreira Costa, 31 anos, também primo da vítima. José Henrique era de Senhor do Bonfim, no Centro-Norte do estado. “Era noivo de minha sobrinha, veio de Bonfim para trabalhar aqui e poderem se casar. Menino bom, amável, atencioso, sempre vivendo honestamen­te, aí vem um satanás desse e tira sua vida.

Deus há de fazer justiça”, escreveu uma familiar nas redes sociais. O rapaz era o mais velho de três irmãos. O pai e um dos irmãos saíram ontem de Bonfim, para buscar o corpo. O enterro de José Henrique deve ocorrer em Bonfim. Em nota, a Uber lamentou a morte do motorista. “Nossos sentimento­s de mais profundo pesar vão para a família de José Henrique Pereira Alves. A Uber lamenta profundame­nte que motoristas parceiros sejam alvo de violência urbana, uma vez que vão às ruas todos os dias nos ajudar a construir o futuro da mobilidade em nossas cidades e gerar renda para si próprios e suas famílias”, disse o texto.

 ??  ?? Henrique foi atingido por 4 tiros
Henrique foi atingido por 4 tiros

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil