Prefeito de Belo Campo tem os 11 vereadores como aliados
trabalho junto ao Sindicato dos Servidores, buscando fiscalizar obras e contas e acompanhando de perto a gestão”, afirma. Mas ele admite que o trabalho acaba sendo ofuscado pela maioria conquistada pelo prefeito. “Não é fácil, mas a gente tenta levar nossas pautas ao máximo de pessoas que conseguimos, pelas redes sociais e pela mídia”, diz.
PARCERIA
Dos 15 vereadores da Câmara de Itapetinga, apenas dois são da oposição. Romildo Teixeira (PSL) e Valdeir Chagas (PDT) são os que mais fazem críticas à gestão do prefeito Rodrigo Hagge (PMDB), o mais novo eleito na Bahia em 2016 e neto de Michel Hagge, que também já comandou o município. Mas, na cidade, o que se diz é que apenas um deles (Romildo) faz uma oposição mais dura, criticando projetos do Executivo e atuando na fiscalização de irregularidades.
Para isso, a principal estratégia deles são as redes sociais e os discursos no plenário durante as sessões, que costumam ser transmitidos online. Com ampla base, o prefeito revela que conseguiu aprovar todos os projetos que mandou para a Câmara. “Mas não é aprovar por aprovar. Comigo não tem aquela de mandar projetos e aprovar por meio de ferramentas políticas. Tenho a preocupação de levar os projetos com antecedência e convocar o amplo debate com os vereadores”, diz. Hagge também diz ser transparente. “Gosto quando eles vão in loco ver as obras e fiscalizar. É importante para o trabalho”.
O presidente da Câmara, Eliomar Barreira, correligionário do prefeito, classifica a relação com a prefeitura como harmoniosa. Apesar da aprovação máxima de todos os projetos do Executivo, ele diz que a Câmara contribuiu com emendas. “No projeto que mexeu com a cobrança do ISS, foram diversas emendas dos vereadores aprovadas na Câmara e com o aval do prefeito. É uma parceria que tem dado certo, mas respeitando a independência”, acredita ele, conhecido como Tarugão.
Um caso curioso e oposto ao das cidades acima é o de Jaguarari, onde o prefeito Everton Rocha (PSDB) só conta com um aliado na Câmara. Recentemente, o Legislativo local aprovou, por 11 votos a um, a abertura de Comissão Parlamentar Processante para investigar as denúncias de improbidade. A manobra política, segundo informações de bastidores, tem sido conduzida pelo presidente da Câmara, Márcio Gomes (PSDB). O prefeito de Belo Campo, José Henrique Tigre (PSD), tem uma base aliada forte na Câmara Municipal. Todos os 11 integrantes do Legislativo têm ligação com ele. Já na eleição, Quinho, como é conhecido, contou com seis vereadores somente de seu partido. No começo do mandato, chamou todos para conversar e os convocou para um “pacto pela cidade”, segundo afirma.
“Não tenho dificuldade nenhuma em dialogar com a Câmara, são todos meus amigos. Para além do diálogo da política, há uma boa relação pessoal. Acredito que é por isso que as coisas estão dando certo”, diz ele, que já foi vice-prefeito e secretário da Saúde do município.
Segundo ele, a maioria dos projetos que mandou para a Casa foram aprovador com os 11 votos favoráveis. “Um ou outro teve discordância, o que é saudável até”. Do mesmo partido do prefeito, o presidente da Câmara, Marcio Robério Ferraz de Aguiar, diz que os dois lados trabalham em prol do desenvolvimento da cidade. “O prefeito manda para a Câmara projetos de interesse popular. Os vereadores votam porque acreditam na forma de trabalho”, diz.
Ele diz, contudo, que os legisladores atuam muito na fiscalização. “Estamos atentos e o prefeito mantém as portas abertas e está sempre disposto a esclarecer as dúvidas”.
Em Presidente Tancredo Neves, no Baixo Sul, a situação é parecida. Por lá, um ou outro vereador tem posicionamento contrário às pautas do Executivo, mas na maioria das vezes a aprovação dos projetos é unânime. A estratégia usada pelo prefeito Antonio dos Santos Mendes (PMDB) para atrair os três integrantes da oposição para perto foi, segundo ele, a transparência.
“Convidamos todos para os eventos e para as reuniões. Quando tem alguma obra, coloco o nome da Câmara também. Trabalho de maneira integrada. Inclusive, vou a Salvador resolver uma questão com a Embasa e já chamei todos os 11 para ir comigo”.