Correio da Bahia

Rui evita falar de política na caminhada da Lavagem

- JÚLIA VIGNÉ, COM SUPERVISÃO DO EDITOR JAIRO COSTA JÚNIOR

Na caminhada em busca de um novo mandato, o governador Rui Costa (PT) participou da Lavagem ontem e, mesmo em ano eleitoral, evitou falar sobre a sucessão estadual durante o cortejo, termômetro de popularida­de para os políticos. Enquanto aliados e caciques dos partidos da base discutiam a composição da chapa majoritári­a, Rui se limitou a revelar seus pedidos ao Bonfim.

“Peço ao Senhor do Bonfim é muita saúde, energia e serenidade para a gente continuar trabalhand­o para o povo da Bahia. Que ele abençoe todos os baianos”, disse, em entrevista ao CORREIO.

A marcha entre as basílicas de Conceição da Praia e da Igreja do Senhor do Bonfim foi marcada por aplausos, vaias e coros contra e a favor do PT. Apesar da recusa em falar sobre política,

Rui cumpriu o manual eleitoral: beijou crianças, abraçou idosos e foi atencioso com quem pedia selfies. atual secretário de Desenvolvi­mento Econômico estadual, Jaques Wagner (PT), e o vice-governador, João Leão (PP), nem chegaram a iniciar o cortejo ao lado do governador.

Foram sentidas as faltas do o senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia, do deputado estadual Marcelo Nilo (PSL), ex-presidente da Assembleia, e do deputado federal Ronaldo Carletto (PP), que mantém conversas com a oposição, de olho em uma candidatur­a ao Senado.

Apesar da consolidaç­ão da candidatur­a de Rui, a comitiva do governador foi pulverizad­a, com políticos da base distantes de Rui, por sua vez, ladeado por poucos nomes de peso do grupo liderado pelo petista. Os que integravam o bloco do governo estavam mais voltados às discussões sobre a formação da chapa majoritári­a.

A briga por uma das quatro vagas é grande entre as principais siglas da base, embora os cardeais governista­s garantam que a unidade vale mais que interesses partidário­s e pessoais. Para o deputado Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia, minimizou a disputa interna e afirmou que “é melhor ter mais opções do que nenhuma”.

Ele ainda elencou os quatro nomes que, para ele, são favoritos a entrar na chapa: Ângelo Coronel (PSD), presidente da Assembleia, Carletto, a senadora Lídice da Mata (PSB) e Wagner. Leão ficou fora da lista.

Já o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) acredita na existência de oito nomes ‘fortes’ – que ele prefere não citar. Para o petista, a estratégia de Rui passa por oferecer “compensaçõ­es” aos que ficarem de fora.

Mesmo com o cabo de guerra, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) descarta a possibilid­ade de racha na base. “Os partidos querem vaga na majoritári­a, mas o aspecto eleitoral precisa ser analisado e estamos focados na unidade”, garantiu.

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Governador posa para selfie rumo à Colina Sagrada; petista deixou eleição fora de seu roteiro na Lavagem

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