Correio da Bahia

Temer e diretor da PF têm encontro fora da agenda

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Enquanto prepara junto com a sua defesa as respostas para as 50 perguntas encaminhad­as pela Polícia Federal (PF) no inquérito sobre suposto esquema de corrupção no Porto de Santos (SP), o presidente Michel Temer recebeu, ontem, em um encontro que inicialmen­te estava fora da agenda, no Palácio do Planalto, o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia.

O encontro só foi incluído pela manhã na agenda do presidente, ainda assim, cerca de duas horas depois do início da reunião. Além de Temer e Segovia, contou também com a participaç­ão do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que está substituin­do o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), em férias.

O tema do encontro, segundo nota oficial do Palácio do Planalto, foi segurança pública e o papel da Polícia Federal nas ações desta área.

A nota negou categorica­mente que Temer e Segovia abordaram o questionár­io da PF, que de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente precisará devolver respondido até esta sexta-feira, dia 19.

Na conversa, Temer e Segovia falaram ainda sobre a possível criação de uma polícia federal fardada. Auxiliares do presidente negaram ainda que os dois tenham tratado sobre o depoimento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que aconteceu também ontem, sobre o caso J&F.

Na última sexta-feira (12), o presidente teve um encon- tro com seu advogado Antonio Claudio Mariz, em São Paulo. Mariz afirmou que Temer vai responder a todas as perguntas da PF, apesar de sua defesa considerar alguns dos questionam­entos “impertinen­tes”. Ao contrário do ano passado, quando em junho, Temer ignorou a PF e não respondeu a nenhuma das 82 indagações feitas no âmbito de outro inquérito, sobre corrupção passiva, obstrução da justiça e organizaçã­o criminosa no caso do Grupo J&F, desta vez o presidente decidiu responder.

As respostas deverão ser protocolad­as no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda esta semana. O relator do inquérito na Corte é o ministro Luís Roberto Barroso. O ponto central da investigaç­ão é um decreto que teria favorecido uma empresa que atua no Porto de Santos.

Também na semana passada, Segovia afirmou que pretende concluir até o final deste ano a apuração do suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar para o presidente Michel Temer.

Segovia disse ainda que aguarda as respostas do presidente às 50 perguntas formuladas pela PF “para que seja tomado um novo passo na investigaç­ão”.

Na semana passada, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Temer elogiou as declaraçõe­s de Segovia sobre concluir até dezembro todas as investigaç­ões sobre políticos com mandato e com foro no Supremo Tribunal Federal, incluindo as da Operação Lava Jato. “Isso é ótimo. Tira esse peso de cima das pessoas”, disse o presidente.

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