Correio da Bahia

Bell: puxador de trio e até ‘padre’

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É o próprio Bell quem revela: embora o Chiclete já viesse dando mostras de que teria uma grande carreira, o cantor conta que nem a banda nem o bloco imaginava que chegariam, juntos, aos 40 anos do Camaleão.

“O bloco teve grande importânci­a na minha formação como artista e como puxador de trio. Sou muito grato pelo convite lá atrás, que nos trouxe aqui hoje, sem qualquer pretensão dessa dimensão.”

Para ele, o Camaleão é mesmo diferente. Bell acredita que existe uma força única – uma espécie de combinação de amor pelo artista e pelo bloco. “Quem sai no Camaleão, dentro ou fora das cordas, sente isso, essa energia única.”

É tão diferente que até o amor dos foliões é diferente. O engenheiro químico e empresário paulista Fábio Zalaquett, 54 anos, foi o primeiro a se casar em cima do trio do Camaleão. Há 27 anos saindo no bloco, ele conta que, hoje, a família inteira desfila junto.

“Eu morava no exterior e meus amigos descobrira­m Salvador na época que carro de apoio era um caminhão aberto, na época da mortalha. Voltei para o Brasil e fui com uma turma de uns 100 moleques. Lembro direitinho que estava no Farol da Barra e, quando deu o primeiro acorde da guitarra, eu quase desmaiei. Aí, ferrou”, brinca.

Encontrou a esposa em 1999. Na verdade, os dois já se conheciam em São Paulo, mas tinham perdido contato. Se viram, primeiro, em Salvador, no mesmo hotel. Depois, já no bloco, ela veio apresentar uma amiga que estava interessad­a em Fábio. “Eu falei: ‘não quero ficar com sua amiga, quero ficar com você’. Eu disse que ia casar com ela. Eu disse: ‘nós vamos casar em cima do trio”. Um ano depois, estavam mesmo casando em cima do trio. O próprio Bell celebrou a união diante de milhares de pessoas.

Desde então, ele sai todo ano, sem falta. Criou uma relação de amizade e de carinho com a diretoria. “Eles fizeram parte de metade da minha vida. Daqui para frente, vão fazer de mais da metade.”

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