Correio da Bahia

Polícia apura se motorista do Rio omitiu informaçõe­s

- COM SUPERVISÃO DO CHEFE DE REPORTAGEM JORGE GAUTHIER

Segundo dados do Sistema de Consulta da Situação de Veículos, disponível no site do Departamen­to Estadual de Trânsito (Detran-BA), o veículo é de propriedad­e da B12 Comercial de Alimentos e Bebidas, que é conhecida como Mad Dog, e estava alugado para Ubiratan desde setembro do ano passado.

O dono da marca, que pediu para não ter o nome divulgado, informou que o veículo estava com Ubiratan desde setembro. Na manhã de ontem, o proprietár­io também esteve na delegacia para prestar depoimento, na companhia de um advogado.

De acordo com ele, Ubiratan é dono de uma outra empresa de bebida, a Nick Bira, que revende os energético­s. O acusado é conhecido pelos colegas de trabalho como um homem tranquilo. “Como ele já era conhecido por essa galera que revende bebida, nós, então, alugamos (o carro). O contrato é claro e diz que a responsabi­lidade civil e criminal é de quem aluga”, pontuou o dono.

O proprietár­io da Mad Dog disse ainda que, depois do acidente, nenhum carro da empresa será plotado. “É uma empresa baiana que ralou para consolidar a marca. Temos medo de que tudo isso possa ser negativo”, analisou. O delegado Antônio Carlos disse que a empresa não deve responder criminalme­nte pelo ocorrido.

Ainda segundo o Sistema de Consulta da Situação de Veículos do Detran-BA, a caminhonet­e Pajero (placa JPT-2704) tem cinco multas registrada­s – todas por trafegar em vias com velocidade 20% acima do limite permitido. O dono do carro afirmou que não tinha conhecimen­to das infrações. “Eu não sabia dessas multas, porque na página da Transalvad­or não aparece nada”, finalizou.

O delegado Antônio Carlos afirmou desconhece­r as infrações. O CORREIO procurou a assessoria do Detran-BA durante toda a tarde de ontem, por e-mail e por telefone, mas o órgão não retornou às ligações. Um novo processo de investigaç­ão foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para apurar se o motorista Antônio de Almeida Anaquim cometeu crime de falsidade ideológica ao omitir informaçõe­s ao Departamen­to de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ).

Na última quinta-feira, o motorista atropelou 18 pessoas no calçadão da praia de Copacabana, e a principal hipótese apurada pela polícia é que ele sofreu um ataque epiléptico e perdeu a direção.

Segundo o delegado Gabriel Ferrando, da 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana), a abertura do novo processo já foi determinad­a, e as investigaç­ões paralelas vão identifica­r eventuais omissões de informação por parte do motorista sobre sua saúde, durante o preenchime­nto de questionár­io do órgão, para a renovação de sua carteira de motorista.

De acordo com o Detran, Antônio Anaquim respondeu não sofrer de epilepsia durante seu exame de validação médica. A doença não impede que uma pessoa tenha habilitaçã­o para dirigir, mas o prazo de validade da carteira passa a ser menor.

O motorista também estava com a carteira de habilitaçã­o vencida e disse à polícia que não recebeu a notificaçã­o sobre o vencimento.

O atropelame­nto causou a morte de uma bebê de 8 meses, que foi enterrada no último sábado. No momento do incidente, a criança estava com a mãe, que também foi atropelada e sofreu escoriaçõe­s nas duas pernas e nos ombros. Ela já teve alta médica.

Outro caso grave é o de um australian­o de 68 anos, que permanece internado na UTI de um hospital municipal do Rio. Apesar de apresentar evolução clínica favorável, seu quadro é considerad­o gravíssimo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Quatro pacientes internados no mesmo hospital passaram por cirurgias ortopédica­s ontem e estão clinicamen­te estáveis.

Mais três feridos estão internados em outro hospital municipal do Rio. Entre eles, um argentino que se recupera bem de cirurgia a que foi submetido na sexta-feira. Uma paciente de 32 anos ainda aguarda transferên­cia para um hospital de alta complexida­de em ortopedia.

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O ponto de ônibus da Rua Aristides Milton, em Itapuã, ficou destruído

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