Polícia apura se motorista do Rio omitiu informações
Segundo dados do Sistema de Consulta da Situação de Veículos, disponível no site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), o veículo é de propriedade da B12 Comercial de Alimentos e Bebidas, que é conhecida como Mad Dog, e estava alugado para Ubiratan desde setembro do ano passado.
O dono da marca, que pediu para não ter o nome divulgado, informou que o veículo estava com Ubiratan desde setembro. Na manhã de ontem, o proprietário também esteve na delegacia para prestar depoimento, na companhia de um advogado.
De acordo com ele, Ubiratan é dono de uma outra empresa de bebida, a Nick Bira, que revende os energéticos. O acusado é conhecido pelos colegas de trabalho como um homem tranquilo. “Como ele já era conhecido por essa galera que revende bebida, nós, então, alugamos (o carro). O contrato é claro e diz que a responsabilidade civil e criminal é de quem aluga”, pontuou o dono.
O proprietário da Mad Dog disse ainda que, depois do acidente, nenhum carro da empresa será plotado. “É uma empresa baiana que ralou para consolidar a marca. Temos medo de que tudo isso possa ser negativo”, analisou. O delegado Antônio Carlos disse que a empresa não deve responder criminalmente pelo ocorrido.
Ainda segundo o Sistema de Consulta da Situação de Veículos do Detran-BA, a caminhonete Pajero (placa JPT-2704) tem cinco multas registradas – todas por trafegar em vias com velocidade 20% acima do limite permitido. O dono do carro afirmou que não tinha conhecimento das infrações. “Eu não sabia dessas multas, porque na página da Transalvador não aparece nada”, finalizou.
O delegado Antônio Carlos afirmou desconhecer as infrações. O CORREIO procurou a assessoria do Detran-BA durante toda a tarde de ontem, por e-mail e por telefone, mas o órgão não retornou às ligações. Um novo processo de investigação foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para apurar se o motorista Antônio de Almeida Anaquim cometeu crime de falsidade ideológica ao omitir informações ao Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ).
Na última quinta-feira, o motorista atropelou 18 pessoas no calçadão da praia de Copacabana, e a principal hipótese apurada pela polícia é que ele sofreu um ataque epiléptico e perdeu a direção.
Segundo o delegado Gabriel Ferrando, da 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana), a abertura do novo processo já foi determinada, e as investigações paralelas vão identificar eventuais omissões de informação por parte do motorista sobre sua saúde, durante o preenchimento de questionário do órgão, para a renovação de sua carteira de motorista.
De acordo com o Detran, Antônio Anaquim respondeu não sofrer de epilepsia durante seu exame de validação médica. A doença não impede que uma pessoa tenha habilitação para dirigir, mas o prazo de validade da carteira passa a ser menor.
O motorista também estava com a carteira de habilitação vencida e disse à polícia que não recebeu a notificação sobre o vencimento.
O atropelamento causou a morte de uma bebê de 8 meses, que foi enterrada no último sábado. No momento do incidente, a criança estava com a mãe, que também foi atropelada e sofreu escoriações nas duas pernas e nos ombros. Ela já teve alta médica.
Outro caso grave é o de um australiano de 68 anos, que permanece internado na UTI de um hospital municipal do Rio. Apesar de apresentar evolução clínica favorável, seu quadro é considerado gravíssimo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Quatro pacientes internados no mesmo hospital passaram por cirurgias ortopédicas ontem e estão clinicamente estáveis.
Mais três feridos estão internados em outro hospital municipal do Rio. Entre eles, um argentino que se recupera bem de cirurgia a que foi submetido na sexta-feira. Uma paciente de 32 anos ainda aguarda transferência para um hospital de alta complexidade em ortopedia.