Correio da Bahia

Recomeçand­o

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Sem espaço no Palmeiras, o meia Allione chegou ontem a Salvador para negociar seu retorno ao Bahia. No avião, tirou foto com o torcedor Rafael Ramos Dez anos depois, Danilo Rios vai reencontra­r o gramado da Fonte Nova. Revelado nas categorias de base do Bahia, o meia deixou o Fazendão em 2008 e nunca mais jogou no estádio. Camisa 10 do Jacuipense, ele vai enfrentar o ex-clube hoje, às 20h45, pela segunda rodada do Campeonato Baiano.

“Vai ser um momento legal, vai ser bacana. A expectativ­a é muito grande, confesso que estou ansioso”, diz o jogador. Toda essa ansiedade não é apenas por voltar ao estádio onde viveu as primeiras emoções da carreira, mas também porque é nele que vai recomeçá-la, aos 29 anos.

Danilo pretende encerrar hoje um drama que vive há quase dois anos. Ele rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo no dia 27 de março de 2016, quando defendia o Rio Branco-PR, e não disputa uma partida oficial desde então.

“Vim fazer a cirurgia em Salvador. Aí, quando já estava negociando com outras equipes, me machuquei de novo, treinando. Tive que fazer outra cirurgia em janeiro de 2017 e passei o ano passado todo me recuperand­o. Por isso, a expectativ­a é muito grande para essa volta”, afirma o atleta, que está no Jacuipense desde o dia 14 de dezembro. O único lado positivo da pausa foi poder acompanhar a gravidez da esposa Morgana. A filha Maria Clara nasceu há três meses.

Desde que deixou o Fazendão, o meia enfrentou o Esquadrão duas vezes. Em 2008, quando defendeu o Vitória, e em 2010, quando jogava pelo Duque de Caxias. O clássico Ba-Vi foi disputado no Joia da Princesa, em Feira de Santana, e o confronto com a equipe fluminense aconteceu em São Januário, no Rio de Janeiro.

Danilo nunca pisou no gramado da nova Fonte, mas já conhece a arquibanca­da. Torcedor tricolor declarado, ele assistiu a três jogos do Bahia no Campeonato Brasileiro do ano passado no meio da galera. Viu de perto o empate com o Fluminense (1x1) e os triunfos contra São Paulo (2x1) e Santos (3x1).

De vez em quando, era reconhecid­o. “Eu mudei bastante da época que saí do Bahia pra agora, fiquei careca, minha aparência mudou muito, mas sempre tem torcedores que lembram e é muito legal essa relação que tenho com a torcida, que sempre me tratou com muito carinho”, comenta.

Danilo Rios chegou ao Bahia com 11 anos, em 1999, e foi promovido ao profission­al em 2006. Meses depois de ser vendido ao Grêmio por R$ 1 milhão, em 2007, ele foi emprestado ao Vitória em 2008.

Defendeu o rival e não se orgulha disso. “Um dos arrependim­entos que tenho da minha carreira foi ter jogado no Vitória. Eu tinha acabado de sair do Bahia, foi muito recente, não era o momento, mas eu era muito novo e segui a orientação de quem estava trabalhand­o comigo. Vim muito por conta da opinião de outras pessoas e não por vontade. Não tenho nada contra o Vitória, mas não era o momento”, avalia.

O meia tem 13 clubes no currículo. Antes de chegar ao Jacuipense, defendeu Atlético-MG, Guarani, São Caetano, Duque de Caxias, Nacional, Fortaleza, Remo, Maringá e Rio Branco, além da dupla Ba-Vi e do Grêmio.

Não era bem o que ele planejava para a carreira. “Não saiu como eu imaginava. Minha ideia e dos meus empresário­s era ir para a Europa, mas acabei não tendo muitas oportunida­des no Grêmio e as que tive não soube aproveitar. Depois que você é emprestado uma vez, dificilmen­te volta. Também tive muitas lesões difíceis, que me atrapalhar­am”, analisa a ex-promessa tricolor.

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