Dobra número de farmácias na capital
A retração da Farmácia Sant’Ana acontece justamente quando o mercado farmacêutico registra um crescimento nunca visto antes em Salvador. Apenas de 2011 a 2018, calcula o Conselho Regional de Farmácias da Bahia a pedido do CORREIO, o número de drogarias saltou de 734 para 1.416. E o avanço do setor deve muito ao envelhecimento na capital, defende o presidente da entidade, Mário Martinelli. “Com isso, vem a necessidade de tratar doenças crônicas com uso contínuo de medicamento, por exemplo”.
Em 2012, viviam em Salvador 302 mil idosos (10,6% dos moradores da cidade). Quatro anos depois, a velhice havia chegado para 439 mil soteropolitanos. Foi o segundo maior crescimento percentual do país, abaixo apenas de Vitória, segundo o IBGE. A elevação é similar ao cenário baiano: o número de pessoas de 60 anos no estado passou de 1,7 milhão para 1,91 milhão no mesmo período. Mas, não só da velhice se abastece o ramo das farmácias. O pipoco desses estabelecimentos também está ligado ao “apelo à vida saudável”. “Vitamínicos, uma série de outros produtos passou a ser mais demandada. Tanto que 33% do que é vendido em farmácias são produtos de conveniência, como escova de dente, desodorante, creme de barbear”, explica o professor da Ufba Horácio Nelson Hastenreiter.
A vinda de gigantes do mercado de medicamentos a Salvador mostra o balanço positivo do setor que cresce 20% ao ano, segundo levantamento do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo. Uma delas é a Rede Pague Menos, com 39 lojas em Salvador. O pico de construção de farmácias na cidade ocorreu entre 2012 e 2018, com 21 estabelecimentos abertos. A expectativa da empresa é de mais crescimento: abrir, este ano, 200 lojas em todo o Brasil, onde já possui 1.903. Já a Drogaria São Paulo tem 43 lojas espalhadas por Salvador e 12 no interior do estado. Em 2017, foram inauguradas 11 novas filiais na Bahia. A Drogasil, outro fenômeno em Salvador, não informou o número de lojas.