Sedutora e perigosa
A atriz mais bem paga de Hollywood, com salário superior a US$ 20 milhões, Jennifer Lawrence, 27, não tem medo de ousar. Mal acabou de lançar Mãe!, parábola bíblica de digestão complicada de Darren Aronofsky, ela assume mais um papel difícil na telona como a ex-bailarina que vira espiã russa no suspense Operação Red Sparrow.
Dirigido por Francis Lawrence, esse filme mostra a atriz em sequências violentíssimas e cenas de nudez frontal que espantariam boa parte de suas colegas. “Mas ela entrega uma performance que poucas atrizes entregariam”, afirma o cineasta, que não tem parentesco com a atriz - ele a dirigiu nos três úl- timos capítulos de Jogos Vorazes.
A identificação, segundo o diretor, foi importante para atraí-la ao papel de Dominika Egorova, bailarina recrutada pelo governo russo para participar de um treinamento brutal de espiãs que usam sua sexualidade para conseguir informações confidenciais. Tirando a parte sensual da coisa, a analogia mais próxima seria com a Viúva Negra, personagem de Scarlett Johansson nos filmes da Marvel.
Em seu aprendizado sobre como não se deixar afetar por nada, a protagonista sofre muitas violências, da psicológica à sexual, passando, claro, pela física propriamente dita. E isso significa cenas de nudez frontal de Jennifer. “Tentei fazer o filme sem nudez, mas percebi que não seria o correto para a personagem”, justifica a estrela.
Amigos, atriz e diretor combinaram que ela poderia ver o resultado antes de qualquer pessoa e que tudo passaria por sua aprovação prévia. “Jennifer tinha o direito de veto para qualquer cena que lhe deixasse desconfortável em termos de tom. Mas ela só pediu pequenas mudanças que não têm nada a ver com as cenas de violência ou nudez. Nudez, violência ou sexualidade precisam ser tratadas com cuidado e devem servir à narrativa e ao tema. Não pode ser um espetáculo de exploração”, afirma o cineasta.
A atriz diz que “comunicação clara e filmagem rápida” ajudaram a tirar peso dos momentos físicos: “Algumas cenas de tortura foram as mais divertidas de fazer. Eu sabia o que esperar, então não houve surpresas. Sei que seria melhor se eu fosse mais profissional, mas tudo que eu faço, no fim, é trabalho. E, se não estou feliz, não vou querer fazer.”
Dirigida por Darren Aronofsky, ela comeu o pão que o diabo amassou na trama apocalíptica em que vivia a Mãe Terra.
Na ficção científica, dirigida por Morten Tyldum, a atriz conta uma história de amor com Chris Pratt.
Mais uma vez na pele azul da Mística, no filme de Bryan Singer, Jennifer volta ao papel em X-Men: A Fênix Negra.