Corações em risco
na década de 90, foram realizados seis transplantes cardíacos na Bahia, todos entre 1991 e 1992, no Hospital Português. Dezesseis anos depois, em 2008 e 2009, houve a realização de procedimentos no Hospital Santa Isabel.
“O fato é que o transplante hoje na Bahia está meio órfão. Ele precisa renascer e se estabelecer de uma vez por todas”, defende Durães.
Os pacientes que residem em localidades que não dispõem de nenhum centro transplantador ou não dispõem de alguma modalidade de transplante podem ser encaminhados para outro estado para o recebimento dos cuidados necessários. Ao menos é o que estabelece o Ministério da Saúde (MS), que ainda acrescenta que cabe à gestão local realizar esse deslocamento do paciente.
Na Bahia, os pacientes que precisam de transplante cardíaco são encaminhados para o Hospital Messejana, em Fortaleza (CE), ou para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em Recife (PE). O translado em avião comercial ou UTI (Unidade de Terapia Intensiva) móvel é custeado pela Sesab, através do programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD/BA), que engloba transplantes e outros procedimentos.
Em 2015, quando o último transplante cardíaco foi realizado no estado, o investimento da Sesab em TFD foi de R$ 10 milhões. No ano passado, a secretaria investiu cerca de R$ 12 milhões. A previsão para 2018 é de R$ 11,8 milhões em recursos. Ainda de acordo com o órgão, 3,4 mil baianos estão cadastrados no TFD, sendo 1.659 (48,8%) para casos de transplante.
“Nós temos dezenas de estados que não oferecem nada, a Bahia está no meio do caminho. Não está como São Paulo, Paraná, Pernambuco e Ceará, mas tem outros que não têm absolutamente nada, nem fazem avaliação, nem nada. A gente está no pelotão intermediário”, diz o médico Luiz Carlos Passos.
De 2012 a 2018, 12 baianos foram encaminhados a Pernambuco. Outros seis realizaram transplante cardíaco no Ceará em 2016 e 2017.