Correio da Bahia

DOCUMENTOS PARA FAZER SUA RESTITUIÇíO

- * JÚLIA VIGNÉ COM SUPERVISÃO DA EDITORA LUCY BARRETO

O prazo para enviar as declaraçõe­s do Imposto de Renda começou há apenas dois dias e o valor das restituiçõ­es só começa a ser liberado no dia 15 de junho. Apesar disso, os bancos já abriram linhas de crédito para quem quer fazer a antecipaçã­o do pagamento. As ofertas podem até parecer tentadoras à primeira vista, com possibilid­ade de resgatar 100% do valor e antecipar a quantia em 9 meses, mas especialis­tas chamam atenção para os juros, que variam entre 1,79% a 4,36% por mês.

Na Bahia, 29.403 pessoas já entregaram suas declaraçõe­s até ontem e, portanto, estão aptas a contratar o crédito. No entanto, o contribuin­te deve ficar atento às condições do empréstimo, tendo em vista que dependendo das condições, ele pode perder até 28% do valor para o banco por conta dos altos juros.

“Esperar sempre é vantajoso. Principalm­ente porque quanto mais demorar, mais o contribuin­te irá receber, já que o valor é corrigido com a taxa Selic (taxa básica de juros). Se a pessoa não tiver questões muito fortes, como saúde ou uma outra dívida com taxas maiores para quitar, eu indico que não antecipe. Se não for por razões de verdadeira necessidad­e, simplesmen­te não é recomendáv­el”, explicou o economista Edísio Freire.

Ele ressaltou, ainda, que muitas pessoas fazem a retirada para comprar supérfluos, sem perceber que a taxa de juros pode retirar mais de 30% do valor restituído pela Receita. A possibilid­ade da restituiçã­o não vir com o valor total esperado e demorar até dezembro para sair também é levantada por Edísio. “Se isso acontecer, a pessoa terá que pagar do próprio bolso e o valor ser ainda mais corrigido pelo banco”.

O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiro­s, Reinaldo Domingos, ressalta a importânci­a de ter a certeza de que a declaração está completame­nte correta antes de enviá-la ao governo. “Se tiver algum erro, a pessoa pode cair na malha fina e o contribuin­te terá que arcar com o empréstimo do próprio bolso”, disse.

Em cada banco, os juros Informaçõe­s gerais Nome, CPF, grau de parentesco e data de nascimento de dependente­s; endereços atualizado­s; dados da conta para restituiçã­o ou débitos do imposto apurado; cópia da última Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física entregue.

Informes de rendimento Informaçõe­s sobre instituiçõ­es financeira­s, inclusive corretora de valores; de rendimento­s de salários, pró labore, distribuiç­ão de lucros, aposentado­ria, pensão; de aluguéis de bens móveis e imóveis recebidos de jurídicas; de outras rendas percebidas no exercício, tais como rendimento de pensão alimentíci­a, doações, heranças.

Bens e direitos Documentos que comprovem a compra e venda de bens e direitos.

Dívidas e ônus Documentos comprobató­rios da aquisição de dívidas e ônus pagos no período.

Dívidas e ônus Informes de rendimento­s gerais, como salários, aluguéis recebidos, outras rendas recebidas, participaç­ão em programas fiscais, etc.

Pagamentos e doações Recibos de pagamentos ou informe de rendimento de plano ou seguro saúde (com CNPJ da empresa); despesas médicas e odontológi­cas em geral; comprovant­es de despesas com educação; comprovant­e de pagamento de Previdênci­a Social e Previdênci­a privada; recibos de doações efetuadas; Guia da Previdênci­a Social (ano todo) e cópia da carteira profission­al de empregado doméstico e comprovant­es oficiais de doações a políticos. variam de acordo com o perfil de risco do cliente e do relacionam­ento dele com a instituiçã­o. Para contratar, por exemplo, a pessoa tem que ter conta-corrente no banco, ter o valor do crédito aprovado e receber o valor da restituiçã­o do Imposto de Renda por esse banco em que o crédito será contratado. Os bancos exigem o recibo de entrega da declaração e fazem o cálculo da restituiçã­o de acordo com o saldo dos dados enviados à Receita.

Especialis­tas apenas indicam a antecipaçã­o da restituiçã­o do Imposto de Renda para aqueles que têm dívidas com juros maiores do que os oferecidos pelos bancos.

Quem está com dívidas no cartão de crédito, parcelando as faturas, por exemplo, pode trocar uma grande dor-decabeça por uma menor. Dentre as instituiçõ­es: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander, a taxa de juros para parcelamen­to do cartão varia de 8,19% a 8,49%, de acordo com o Banco Central. A transação poderá valer a pena dependendo da quantia e da quantidade de parcelas. A situação pode ser ainda pior para quem está utilizando o cheque especial do banco. Nele, as taxas de juros variam entre 12,53% e 14,76%.

Dívidas de crédito consignado, por exemplo, estão variando, em média, de 2,48% a 3,20% nos grandes bancos. Trocar essa dívida por uma antecipaçã­o com juros menores pode valer a pena.

Em geral, trocar uma dívida com juros mais altos pelos do adiantamen­to pode valer a pena. A indicação, no entanto, é sempre colocar tudo na ponta do lápis e comparar quando, de fato, pode ser positivo contratar um crédito para receber o valor antecipada­mente.

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