Correio da Bahia

Temer decidiu não recorrer, diz Marun

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O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, anunciou que o presidente da República, Michel Temer, não vai recorrer da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal

(STF) Luís Roberto Barroso que determinou a quebra do seu sigilo bancário em razão do inquérito que investiga irregulari­dades na elaboração da Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos.

“A decisão de não recorrer é para que o recurso não sirva de munição à hipocrisia dos adversário­s”, declarou Marun em entrevista no Planalto, reiterando que a decisão de Barroso evidencia caráter abusivo e absurdo.

“Nós entendemos que quem tomou a decisão, a tomou de forma abusiva e desnecessá­ria, haja vista a fragilidad­e do inquérito, que não possui base fática”, declarou Marun, sem citar o nome do ministro Barroso. princípio, a Procurador­iaGeral da República não solicitou essa quebra de sigilo bancário. Foi decisão judicial, sem que houvesse pedido para tanto”, desabafou Marun, justifican­do que, no seu entender, como advogado, “não há nada que justifique a decisão tomada, sem que fosse adotado o mínimo espírito de cautela, em relação ao presidente da República, o que caracteriz­a, no nosso entender, numa atitude que evidencia caráter abusivo e até absurdo”.

Para ele, a situação é tão absurda que “é sabido que as questões que envolvem o tal Decreto dos Portos são de 2017 e 2016 e se rompe o sigilo bancário do presidente desde 2013”. Marun informou que, tão logo o Banco Central repasse os extratos para o presidente Temer, ele os disponibil­izará para a imprensa, para dar publicidad­e à população. Mas não disse quando isso acontecerá. “Depende do recebiment­o e aí é uma das situações que fazem que nós entendamos que a decisão é abusiva”.

Questionad­o se o ministro Luiz Barroso estava perseguind­o o presidente Michel Temer, porque ele seria um pré-candidato, Marun reagiu: “Antes de mais nada, o presidente não é candidato”. O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que representa Michel Temer, disse que o presidente está sendo alvo de uma “devassa” em sua vida. Mariz criticou a autorizaçã­o para a quebra do sigilo bancário de Temer no inquérito que apura irregulari­dades no chamado Decreto dos Portos e a inclusão do emedebista na investigaç­ão sobre repasses da Odebrecht para campanhas do partido.

Segundo o advogado, as decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso e Edson Fachin afrontam a Constituiç­ão porque Temer não poderia ser investigad­o “responsabi­lizado” por atos anteriores ao mandato.

“Está havendo uma verdadeira devassa na vida do presidente, cujos objetivos e causas são desconheci­das. Por que está se fazendo isso com Temer?”, disse Mariz. “Os fatos concretos quando surgem estão sendo contestado­s, duas denúncias já foram suspensas, porque a Câmara não deu autorizaçã­o e, no entanto, se continua a fustigar”.

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