Ministro insiste que houve vazamento
O ministro Luís Roberto Barroso, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito que investiga o presidente Michel Temer e a edição de um decreto para o setor portuário, reafirmou que o procedimento sobre a quebra dos sigilos bancário e fiscal do emedebista estava em segredo, e demonstrou contrariedade com sua divulgação. “É um procedimento sigiloso. As palavras perderam o sentido no Brasil”, afirmou Barroso, ao chegar para a sessão da Corte na tarde de ontem.
O ministro mandou investigar o vazamento das informações sigilosas. O inquérito que investiga o Decreto dos Portos foi aberto no STF no ano passado na esteira da delação da JBS. Além de Temer, são alvos o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP). Também são citados nas investigações o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, e o coronel João Baptista Lima Filho, aposentado da Polícia Militar de São Paulo e próximo do presidente desde os anos 1980. A investigação apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nos bastidores, o Palácio do Planalto descartou enviar emissários para tentar reduzir a tensão com Barroso. Segundo um interlocutor de Temer, não há “conversa possível” com o ministro que, na visão do Planalto, atua por seu viés político.