Bahia tem estrutura, mas não transplanta coração
Na Bahia, 15 pessoas aguardam por transplante de coração, embora o levantamento do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) aponte que a fila esteja zerada. No último dia 3, o CORREIO mostrou que tanto a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) quanto o Sistema Nacional de Transplantes não possuem um número oficial da fila de espera de transplante cardíaco no estado porque os pacientes não estão sendo cadastrados no Centro Nacional de Transplantes.
Por aqui, não há transplantes feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2015. E não é por falta de equipamentos, já que o governo investiu em estrutura e equipe de ponta qualificada para o trabalho.
O primeiro e único transplante feito desde então ocorreu no Hospital Anna Nery (HAN). A expectativa de fazer de 10 a 20 operações por ano não se concretizou.
Na semana passada, o diretor do Ana Nery, o médico Luiz Carlos Passos, explicou ao CORREIO que faltam recursos financeiros para realizar transplantes cardíacos. “Nós temos condição, mas não temos o dinheiro. Para cada transplante cardíaco, o SUS paga R$ 43 mil, mas o hospital gasta muito mais, porque o procedimento pode chegar a R$ 100 mil ou R$ 200 mil, a depender da gravidade. Então, é preciso ter uma fonte de recursos regular para garantir que o transplante seja feito”, explicou.
Um dos criadores da equipe de transplantes do Anna Nery, o cardiologia André Durães disse que é preciso engajamento e motivação.