Correio da Bahia

CONHEÇA OS LOCAIS QUE FAZEM TRANSPLANT­ES NA BAHIA

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Teve quem recorresse a outros estados na esperança de conseguir o transplant­e de forma mais rápida. O administra­dor de empresas Arnaldo Bahia, 36, tinha uma rotina de exercícios físicos diários, como natação, academia e caminhada. Em junho de 2015, ele descobriu que sofria de glomerulon­efrite - inflamação do glomérulo, uma unidade funcional do rim, responsáve­l pela remoção do excesso de fluidos do órgão e resíduos da corrente sanguínea.

Ele espera um novo rim em São Paulo, por recomendaç­ão médica. “Esperança a gente tem, mas acalmei o coração. Eu já fui chamado três vezes para pré-seleção de transplant­es. No início dava como compatível, mas depois não era selecionad­o. Hoje eu não crio expectativ­a”, conta, enquanto faz diálise em casa com ajuda da esposa e filhas.

O percentual de recusa de doaçao nas entrevista­s aumentou de 44% para 56% de 2016 para 2017 na Bahia. De acordo com a coordenado­ra de transplant­es da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Rita Pedrosa, falta um investimen­to no acolhiment­o das famílias dos possíveis doadores. “Se a família não for bem atendida, quando for abordada, irá dizer não”, diz.

Além de não bater a meta anual de doadores, a Bahia ficou bem abaixo em todas as metas. Era estimada a necessidad­e de 1.375 transplant­es de córnea e somente foram feitas 636 (46%). Dos 917 necessário­s de rim, apenas 137 (14,9%) foram realizados.

Junto com campanhas de conscienti­zação, a Sesab ofereceu um curso de abordagem familiar para seus membros. “Quando a pessoa morre, ela perde temperatur­a corporal automatica­mente. Então, é preciso que o corpo seja mantido na UTI, aquecido com manta térmica e olhado com atenção. Ele não é um morto, é um gerador de vida que pode salvar outras pessoas”, salienta. A doação dos órgãos de uma pessoa falecida pode ajudar até 25 doentes.

Córnea Brasil Memorial S/A Empreendim­entos (Salvador); Clínica de Olhos Calheira (Jequié); Clínica Oftalmológ­ica Jefferson Torres (Salvador); Day Horc Hospital de Olhos Ruy Cunha (Itabuna); HL de Oliveira Neto e Cia (Feira de Santana); Hospital São Rafael (Salvador); Hospital de Olhos de Conquista (Vit.Conquista); Hospital de Olhos

Beira Rio (Itabuna); Hospital de Olhos Louis Pasteur (Salvador); Hospital Universitá­rio Professor Edgard Santos (Salvador); Instituto Brasileiro de Oftalmolog­ia e Prevenção da Cegueira - IBOPC (Salvador); Sandes - Centro Médico Especializ­ado (Teixeira de Freitas); Instituto de Olhos Freitas (Salvador); Real Sociedade Portuguesa de Beneficênc­ia 16 de Setembro (Salvador); Hospital Ana Néri (Salvador); Santa Casa de Misericórd­ia (Feira de Santana); Santa Casa de Misericórd­ia (Itabuna); Hospital Calixto Midlej Filho (Itabuna).

Rim Hospital Ana Néri (Salvador); Hospital Português (Salvador); Hospital São Rafael (Salvador); Hospital Dom Pedro (Feira de Santana); Hospital Emec (Feira de Santana).

Fígado Hospital Português (Salvador); Hospital São Rafael (Salvador).

Pulmão Hospital Ana Néri (Salvador)

Medula óssea Hospital São Rafael (Salvador); Hospital das Clínicas (Salvador). Somente no ano passado, dos 493 potenciais doadores de órgãos identifica­dos na Bahia, 196 acabaram descartado­s por conta da recusa de familiares em doar os órgãos. A taxa de recusa de 62% foi a quarta maior do Brasil, perdendo apenas para Mato Grosso (80%), Sergipe (74%) e Maranhão (64%). Nesse quesito, a Bahia empatou com Goiás, que também teve 62% de recusa dos potenciais doadores.

Os motivos para recusa são os mais diversos. No entanto, de acordo com dados da Coordenaçã­o Estadual de Transplant­es (CET), ligada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a maioria dos casos de recusa em doar os órgãos ocorreu porque os familiares do doador desejavam receber o corpo íntegro - 40 casos. Em segundo lugar - 39 casos houve recusa porque a pessoa não era doadora em vida.

Em 32 casos, a família foi contra a doação. Em outros 26, os parentes não aceitaram aguardar o processo de captação dos órgãos para a doação. Depois aparecem as situações em que a causa da morte não foi registrada (20) e aqueles em que não houve consenso entre os familiares (16). Somente em dez casos houve recusa por questões religiosas.

Houve recusa, ainda, em oito casos, por descontent­amento com o atendiment­o do hospital, dois casos em que a família desconheci­a o desejo do doador, mais duas situações em que não acreditava­m no diagnóstic­o médico. Por fim, houve um caso em que havia sentimento de culpa em relação à morte.

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