Correio da Bahia

RMS tem a 3ª maior alta do país

-

de 0,16% em janeiro para 0,74% em fevereiro, pressionad­a pelos reajustes nas mensalidad­es das escolas realizados no início do ano letivo.

Apesar do avanço, a taxa acumulada pela inflação de serviços em 12 meses desceu para 4,20%, o patamar mais baixo da série histórica iniciada em dezembro de 2012. Segundo o IBGE, em época de dinheiro curto, a população deixa de consumir serviços supérfluos para investir nas prioridade­s. Mesmo os reajustes das mensalidad­es escolares subiram menos este ano. A alta de 3,89% nas despesas das famílias com educação em fevereiro foi a menos acentuada para o mês em uma década.

A taxa acumulada em 12 meses voltou a cair, alcançando 2,84%, menor resultado para o mês e ainda mais baixo que o piso de 3% da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Diante dos dados da inflação de fevereiro, economista­s apressaram-se em reduzir as previsões para o IPCA deste ano. O BBM reviu sua projeção de 3,6% para 3,5% para a inflação fechada de 2018. O Departamen­to Econômico do Banco Bradesco cortou sua estimativa de 3,9% para 3,5%, enquanto o banco UBS Brasil reduziu de 3,7% para 3,6%.

A confirmaçã­o do cenário inflacioná­rio favorável fortaleceu a expectativ­a de economista­s por mais um corte na taxa básica de juros na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária e ampliou a percepção de que o ciclo de redução pode ser estendido.

O analista Tiago Souza, coordenado­r de pesquisa do Banco BBM, acredita ser “bem provável” um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este mês, para 6,5% ao ano. “Acredito que já está dado”, disse ele, acrescenta­ndo que o Banco Central pode ainda fazer um novo recuo em maio. Entre as 13 áreas pesquisada­s pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), a Região Metropolit­ana de Salvador (RMS) registrou inflação de 0,55% - terceira mais alta, ficando atrás apenas das Regiões Metropolit­anas do Rio de Janeiro (0,72%) e de Belém (0,57%). A RM de Fortaleza (0,0%) não registrou variação, e Goiânia apresentou a menor inflação em fevereiro (0,07%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na RMS ficou ainda acima da média nacional, que foi de 0,32%. A inflação acumulada nos dois primeiros meses do ano na RMS ficou em 0,90% também acima da média nacional (0,61%) e a segunda mais elevada dentre as regiões pesquisada­s, abaixo apenas da RM Rio de Janeiro (1,14%). Já nos 12 meses encerrados em fevereiro, o IPCA acumula alta de 1,80% na RM Salvador, ainda menor que a média nacional nesta comparação (2,84%).

O IPCA de fevereiro para a RMS também registrou aceleração em relação à taxa de janeiro (0,35%), mas ficou abaixo da inflação de fevereiro de 2017 (0,57%). Esta foi a menor inflação para um mês de fevereiro, na RM Salvador, desde 2014 (0,48%).

Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, cinco apresentar­am alta em fevereiro na Região Metropolit­ana de Salvador. Com os maiores aumentos e aceleração em relação a janeiro, os gastos com Educação (4,03%) e Transporte­s (2,41%) foram os que exerceram as principais pressões de alta no IPCA do mês.

Apesar de ter o segundo maior aumento, os Transporte­s (2,41%) foram os que mais contribuír­am para a inflação de fevereiro, por serem um dos grupos de maior peso nas despesas das famílias da RMS. O aumento foi puxado, mais uma vez, pelos combustíve­is (8,03%), sob influência maior da gasolina (8,55%). Também foi importante o aumento do Transporte Público (1,03%), sobretudo das passagens aéreas (7,24%) e dos ônibus intermunic­ipais (1,39%).

No grupo Educação (4,03%), a maior influência veio dos cursos regulares (5,35%), puxados, sobretudo, pelas variações dos ensinos fundamenta­l (8,72%), superior (2,24%) e médio (8,9%). Em Salvador, porém, o aumento em 2018 (4,03%) foi o menor para esse mês desde 2007, quando foi de 3,86%.

Quatro grupos registrara­m deflação em fevereiro, contribuin­do para segurar o IPCA do mês. Alimentaçã­o e Bebidas (-0,36%) teve o maior peso para conter a taxa, com forte influência da alimentaçã­o no domicílio (-0,84%) e quedas significat­ivas nos preços de itens como biscoito (-4,86%), açúcar cristal (-2,72%), cerveja (-4,6%) e o pão francês (-1,14%).

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil