Correio da Bahia

Histórico de agressivid­ade

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O homem acusado de atacar pelo menos seis travestis na Rua Minas Gerais, na Pituba, entre os dias 21 de fevereiro e 3 de março, foi preso na noite de anteontem quando tentava sair do prédio onde morava, na Rua Espírito Santo, no mesmo bairro. Isaque da Silva Conceição, 26 anos, já havia sido preso por violência doméstica, no ano passado. Na ocasião, foi enquadrado pela Lei Maria da Penha por agredir a namorada.

Isaque foi surpreendi­do por policiais militares da 13ª Companhia Independen­te (Pituba), por volta de 20h30, e teve a prisão preventiva decretada na madrugada de ontem. Ainda pela manhã, ele foi apresentad­o na 16ª Delegacia, também na Pituba.

A ocorrência dos ataques às travestis foi divulgada com exclusivid­ade pelo blog Me Salte, canal LGBT do CORREIO. De acordo com a delegada Maria Selma Pereira, titular da 16ª Delegacia, até o momento, apenas duas das vítimas registrara­m a ocorrência, mas a polícia já tem conhecimen­to de pelo menos seis ataques. Por isso, Isaque deverá responder por seis tentativas de homicídio.

“Ele nega que tenha cometido (os crimes). A despeito disso, ele diz que ficava observando, da janela (do apartament­o) o movimento das meninas na rua e que teria visto situações em que elas roubavam pessoas”, contou a delegada durante a apresentaç­ão do suspeito.

O prédio onde Isaque morava fica a poucos metros de onde ele cometeu um dos atentados. Assim, era comum que, após atacar as vítimas, ele fugisse em direção ao edifício. Segundo o major Elbert Vinhático, comandante da 13ª CIPM, os policiais receberam uma denúncia anônima e foram até o local. Ao chegar lá, Isaque estava saindo do prédio, mas não resistiu à prisão.

“A gente já tinha a informação de que ele estava por ali. Pelo jeito, ele estava para abandonar o apartament­o, porque estava vazio. Era alugado. Na verdade, ele alugava um quarto e morava com pessoas (que também alugavam). Ele tinha pelo menos dois meses morando nesse apartament­o, porque já estava inadimplen­te há dois meses”, disse o major.

Antes disso, Isaque morava no Nordeste de Amaralina. À polícia, ele afirmou que trabalhava como entregador em um serviço de delivery na Boca do Rio, embora não tenha informado o nome da empresa. Para fazer as entregas, usava a própria moto, veículo que também chegou a usar para fugir depois de atacar as travestis e que foi apreendido pela polícia. Isaque também seria dono de um Chevrolet Corsa, mas a polícia não localizou o carro até o fim da manhã de ontem.

Duas das vítimas, além de uma outra travesti que testemunho­u uma das situações, estiveram na delegacia na madrugada de ontem. Elas não tiveram coragem de en-

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Isaque fazia os ataques e fugia para prédio próximo à área do crime

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