Correio da Bahia

Suspeito de matar travesti em Stella Maris é preso

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contrar Isaque, mas reconhecer­am o suspeito por foto. Foi nesse momento, segundo a delegada Maria Selma, que ele cometeu uma das contradiçõ­es do depoimento.

“Teve um pessoal que subiu, outras mulheres (ativistas LGBT que estiveram na delegacia). Ele disse que ali não tinha nenhuma vítima (entre as mulheres que subiram até onde ele estava). E eu perguntei: ‘Como você sabe que não tem nenhuma vítima, se você diz que não cometeu o crime?’”, acrescento­u a delegada.

Durante a apresentaç­ão à imprensa, Isaque preferiu não falar. Respondeu perguntas em raros momentos e em um deles apenas para dizer que nunca teve relação com nenhuma travesti e, em outro, para dizer que estava “sendo acusado”.

Entre os dias 21 de fevereiro e 3 de março deste ano, seis travestis foram atacadas com golpes de faca no rosto e pescoço, na Rua Minas Gerais e vizinhança, na Pituba.

O agressor, na ocasião, foi descrito como sendo um homem alto, moreno e com cavanhaque e, em todas as ocasiões, vestia-se da mesma forma: com boné azul, casaco e calças jeans.

Todas as vítimas são de estatura mediana, têm entre 18 e 22 anos e estavam sozinhas ou na companhia de outra travesti quando foram agredidas pelo desconheci­do.

Na ocasião dos ataques das travestis, uma delas relatou à polícia que teria sido agredida em retaliação, por ter visto um ataque anterior a outra colega e ter denunciado o caso à polícia.

A 16ª DH iniciou as investigaç­ões logo que as primeiras denúncias foram feitas e a PM realizou rondas no local. Com mandado de prisão temporária em aberto pela morte da travesti Bruna, ocorrida em 11 de junho de 2017, em Stella Maris, Joel Francisco Santos Gama, 54 anos, foi preso, anteontem, por investigad­ores da 1ª Delegacia de Homicídios, em Itapuã.

A delegada titular, Rosimar Malafaia, apurou que a vítima era garota de programa e saiu naquela madrugada com um cliente a bordo de um Etios Toyota, de propriedad­e de Joel. O corpo de Bruna, com marcas de tiros, foi encontrado na localidade do Sorrisão, em Stella Maris.

Interrogad­o por Rosimar, Joel, que estava acompanhad­o de advogados, assumiu a propriedad­e do veículo, mas negou a autoria do crime. Ele foi encaminhad­o para o sistema prisional.

Os investigad­ores cumpriram também mandados de busca e apreensão na casa do acusado.

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