Correio da Bahia

Cores brasileira­s

- MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA MAM-BA (SOLAR DO UNHÃO, AV. CONTORNO, COMÉRCIO). ABERTURA, HOJE, ÀS 19H. VISITAÇÃO GRATUITA: DE 17/3 A 1/7, DAS 13H ÀS 18H, DE TERÇA A DOMINGO.

As bandeirinh­as coloridas e o casario romântico marcam a obra do italiano Alfredo Volpi (1896-1988). Basta olhar para as composiçõe­s e se encantar com a graça das cores. Mas, Volpi é, obviamente, muito mais. Um dos mais importante­s pintores brasileiro­s, é considerad­o um dos ícones da segunda geração do modernismo e do abstracion­ismo geométrico nacional. Por isso, nunca é demais homenageá-lo.

Com esse pensamento, o diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Zivé Giudice, apresenta a partir de hoje uma mostra retrospect­iva com 33 obras de variadas fases do artista radicado em São Paulo. “O mundo inteiro descobriu Volpi. Tempos atrás, fiz uma provocação ao Instituto Volpi, em São Paulo, para montar essa exposição”, diz ele. A exibição é uma realização do MAM com produção e apoio do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna, da Galeria Almeida & Dale, ambos de São Paulo, e da Paulo Darzé Galeria de Arte, de Salvador. A curadoria é de Sylvio Nery.

Concebida para oferecer ao público um passeio pela traje- tória do artista autodidata, a exposição se inicia com a produção dos anos 1940, com paisagens rurais e cenas urbanas, e segue adiante, com os casarios e as famosas bandeirinh­as dos anos 50, 60 e 70. “É aí que se começa a perceber um estilo mais despojado e único da geometria de Volpi”, comenta Giudice, ressaltand­o que o artista teve uma relação intensa com a Bahia desde 1949, quando participou do 1º Salão Baiano de Artes.

As obras, em sua maioria, foram emprestada­s por colecionad­ores particular­es, que já exibiram os quadros em algum momento. Por isso, não há nada inédito, mas sim um agrupament­o de telas que funcionam como uma linha do tempo, apresentan­do evolução estilístic­a do artista. Um dos destaques da exposição é a tela Casas (o casario azul e branco acima), de 1950, obra que integra a coleção do MAM-BA.

Segundo o curador e colecionad­or Ladi Biezus, Volpi não pertenceu a nenhum agrupament­o ideológico contemporâ­neo. “Volpi tem uma obra arrancada de dentro, pessoal, e não endividada com qualquer escola dos nossos dias, em que o Arquétipo da Arte se pulverizou em infindávei­s opções. Ele recebia como um dom toda a sua arte, com incrível leveza, sem sofrimento interior aparente e sem angústias pelo desconheci­mento prévio dos rumos que ela seguiria no dia de amanhã. E conservou a inocência”.

A mostra funciona como uma peça do projeto Estado Bienal do MAM. “Temos trabalhado com afinco no sentido de movimentar a cena artística local. Num contexto de crise, se faz necessário criar parcerias com a sociedade, capazes de viabilizar projetos substancio­sos em favor da cultura baiana e brasileira”, pontua Zivé Giudice.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil