Correio da Bahia

Um poço que não tem fim

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Tocantins, Jobson viveu o fundo do poço. Enquanto aguarda o julgamento, foi colocado ao lado de criminosos condenados e teve de lidar com uma lei não escrita dos detentos contra acusados de estupro. Ele precisou, então, pagar para sobreviver e para que o terror ficasse só nas ameaças.

“Os presos em todo o mundo não aceitam o crime pelo qual ele foi acusado, porém não condenado. Todo cidadão conhece essa regra das cadeias. Sempre que alguém é preso por estupro, fica separado. Mas a cadeia não tem estrutura. Jobson estava em cela com os presos do semiaberto, depois o colocaram com os outros e começaram as ameaças. Pediam R$ 300 por semana para deixá-lo vivo”, revelou o advogado Josenildo Ferreira da Silva.

Informada sobre os acontecime­ntos, a Secretaria de Cidadania e Justiça do Tocantins (Seciju) tratou como “supostas ameaças” e fez questão de salientar que “o preso não sofreu agressão física dos demais detentos”. Mesmo assim, em parceria com o Poder Judiciário do Estado, atendeu ao pedido do advogado da defesa e transferiu Jobson, que desde o fim de fevereiro está detido na cidade de Paranã, a 350 km de Palmas.

“A situação está melhor agora, mais próxima do que se espera”, afirma o advogado. A reportagem entrou em contato com a diretoria da cadeia de Paranã, que disse não poder comentar o caso devido ao segredo de Justiça, mas garantiu que o jogador encontra-se “tranquilo” em sua cela na nova cadeia.

Aos 30 anos, Jobson sonha com o retorno ao futebol. Para isso, terá de provar sua inocência. Não há data para o julgamento. Ao lado de dois amigos, ele teria aproveitad­o uma festa na cidade de Couto de Magalhães, no Tocantins, para aliciar quatro garotas menores e levá-las para sua chácara, onde teriam sido embriagada­s. E uma delas, abusada.

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Jobson teve uma breve passagem pelo Bahia, na temporada de 2011

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