Imagens mostram trajeto de Marielle
Um dos carros que perseguiram a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), 38 anos, executada a tiros na noite de quarta-feira (14) junto com o motorista Anderson Pedro Gomes, no Centro do Rio, chegou ao local onde ela estava antes mesmo da parlamentar. Antes de ser morta, Marielle participou de um evento na Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, Lapa. Assim que deixa o local, às 21h04, um carro prata, que estava estacionado atrás do carro de Marielle, a segue.
Diante disso, a Polícia Civil investiga, agora, se os criminosos vinham acompanhando os passos da vereadora através de sua agenda, que era publicada nas redes sociais. No dia do crime, Marielle postou em sua conta do Instagram que estaria no evento na Casa das Pretas a partir das 18h. A polícia também já tem as imagens de todo o trajeto feito por ela, o motorista e a assessora no dia do crime.
Até a noite de ontem, o Disque Denúncia do Rio de Janeiro, que funciona no telefone (21) 2253-1177, já tinha recebido 23 ligações com informações que podem ajudar na investigação do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Pedro.
Parte das ligações aponta para possíveis envolvidos no crime, enquanto outras infor- mam mais detalhadamente sobre os carros usados pelos bandidos - são dois, pelo menos. As informações recebidas são enviadas para a Divisão de Homicídios (DH).
Anteontem, policiais da DH foram até a Câmara Municipal do Rio. Eles buscavam imagens das câmeras que auxiliassem nas buscas. Uma das linhas de investigação é de que Marielle e Anderson Pedro possam ter sido mortos por integrantes de uma milícia da Zona Oeste do Rio.
Atos contra a morte da vereadora continuam acontecendo no Brasil e no mundo. Ontem, manifestantes se reuniram em Paris.
Para o Conselho Nacional de Direitos Humanos, o assassinato de Marielle e de Anderson não pode pesar sobre seus amigos e familiares. O pedido de proteção aos que conviviam com a vereadora foi feito por integrantes do Conselho ao Ministério Público do Estado (MPRJ). Eles se reuniram com o procurador-geral Eduardo Gussem e com outros procuradores anteontem.
“Não transfiram o peso da investigação para os familiares e pessoas mais próximas. Estamos aqui para cobrar das instituições essa responsabilidade. O caso teve muita repercussão e muita gente tem procurado falar com as pessoas próximas, que estão em um momento de luto e também com medo. Não podemos expô-las. Esse é o pedido que recebemos delas e estamos externando”, disse Fabiana Severo, presidente do CNDH.
Fabiana classificou o assassinato como brutal, chocante e emblemático, que demanda uma investigação séria, imparcial e aprofundada. Para ela, é um ataque à democracia por calar uma voz que vem das bases em defesa dos direitos humanos.
Além da reunião com os procuradores, o Conselho esteve anteontem na Defensoria Pública do Rio de Janeiro e com o delegado chefe da Polícia Civil do Estado, Rivaldo Barbosa. Em todos os encontros, a proteção aos amigos e familiares de Marielle foi o centro das discussões. O secretário de Direitos Humanos do Rio, Átila Alexandre Nunes, colocou o Programa de Proteção à Testemunha à dispoição da assessora de Marielle, que testemunhou a execução.
“Estamos mapeando todas as possibilidades de proteção. Se é inclusão em algum programa ou outra medida”, disse Fabiana. O vice-presidente do