Apreensão a peso de ouro
A descoberta há menos de duas semanas de uma pepita de ouro com 804 gramas de peso, avaliada anteontem em R$ 112.584,12, gerou um clima de apreensão nos moradores de Santa Luz, cidade de 38 mil habitantes, no Nordeste baiano. Segundo o escritório na capital da Agência Nacional de Mineração (ANM), a pepita foi encontrada numa área de pesquisa mineral por um caçador, ao quebrar uma pedra na beira de um buraco onde estava escondido um tatu.
A área de pesquisa, localizada numa fazenda a 35 km da sede, vem sendo usada pela mineradora Brio Gold, subsidiária da Yamana Gold e que opera na região por meio da Santaluz Desenvolvimento Mineral Ltda. A Brio e a Yamana são canadenses.
Logo após o achado, a imagem da pepita mostrando o seu peso estava nas redes sociais, e atraiu cerca de 500 garimpeiros. Segundo a ANM, eles já extraíram mais de 11 quilos de ouro do local.
Em vídeos divulgados na internet, os garimpeiros aparecem pegando o ouro facilmente, separando-o e colocando-o na palma da mão. O garimpo ilegal já está cheio de buracos e acampamentos espalhados por todo lugar. Nem a Polícia Federal, que esteve dia 8 no local realizando apreensões de materiais usados para a extração do mineral, conteve o avanço. Dois dias depois, boa parte deles já estava de volta, e a quantidade só cresce a cada dia.
“Todos os dias, a gente ouve falar desse ouro, que tem um monte de gente lá. Aqui na cidade ainda não alterou nada, mas a gente teme que pessoas de outros locais possam vir e causem algum problema”, diz a atendente de supermercado Ana Santos Costa.
Com a mesma sensação de apreensão também está o vendedor de uma loja de confecções Leandro Augusto Silva, 29, para quem “o ouro é algo que atrai muita gente louca por ficar rica rápido”, o que considera preocupante.
A gente teme que pessoas de outros locais possam vir e causem algum problema Ana Santos Costa