Correio da Bahia

Modelo opera em outros países

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avisar que aquela bike precisa de reparos - mais uma das novidades das novas estações, que terão painéis solares para o eventual uso de bicicletas elétricas.

“As elétricas já funcionam bem em algumas cidades, como Madri, mas não temos previsão ainda de implantar em Salvador. Acho que pode ser uma coisa do futuro”, disse o presidente da Saltur, Isaac Edington.

As estações e bikes do projeto antigo começam a ser gradativam­ente retiradas das ruas. O sistema atual foi desativado em 27 de março. “Todo investimen­to é do Itaú. A iniciativa privada que banca tudo. Há um sistema de cobrança simbólica, que ajuda, de alguma forma, a ter o sistema funcionand­o”, diz Edington. Agora, em vez de uma taxa anual, há também um passe diário (R$ 8) e mensal (R$ 10).

O CORREIO ouviu dois ciclistas experiente­s sobre o Bike Salvador, os avanços que o projeto trouxe e as melhorias que ainda pode ter. O microempre­sário Pablo Martinez, 42 anos, pedala desde 1993. Há dois anos, vendeu os dois carros que tinha (o dele e o da esposa) e passou a circular apenas de bicicleta. “Posso dizer que 99% da minha movimentaç­ão é de bike”.

Hoje, Pablo abriu uma empresa de cicloturis­mo. Além dos passeios, dá consultori­a a lojas. No momento, sai de bike do Cabula, onde mora, e pedala até a Boca do Rio todos os dias. Ida e volta somam uns 60 quilômetro­s.

“O projeto da Prefeitura tem sua importânci­a, especialme­nte para quem tá começando. É um incentivo inicial”. Ele diz, porém, que é preciso melhorar o sistema cicloviári­o e dá uma dica a respeito das estações: “É preciso avaliar melhor os locais onde se instalam as estações. Elas devem servir às necessidad­es da população”, enfatiza Pablo, que também faz parte do grupo Bike Anjo, que ajuda pessoas a pedalar.

Uma das precursora­s do ativismo no ciclismo de Salvador, Lucia Saraiva, 57 anos, é entusiasta do projeto da prefeitura. “Já vi muita gente passar das laranjinha­s para a bike própria. Sem falar que muita gente que não pode adquirir uma bike utiliza no dia a dia mesmo”, observa.

Mas Lucia também faz suas ressalvas. “Espero que o novo sistema esteja mais integrado com os outros transporte­s, especialme­nte com o metrô. Tomara que haja essa integração”, diz Lucia, que há 13 anos criou o amigosdebi­ke.com.br e há quatro se locomove na cidade apenas com a magrela.

Mais leves, ergonômica­s e robustas. A vida útil das compartilh­áveis será cinco vezes maior. As do projeto antigo duravam, em média, dois anos; agora vão durar 10, em média

Pneus reflexivos e Aro 24, sem valor comercial no Brasil em caso de roubo. As anteriores tinham ARO 26. Pedalada mais dinâmica e segura

Cobre-corrente protege a roupa do ciclista

Banco confortáve­l e selim com ajuste de altura

Sistema de freio “Roller Brake” (freio de rolete), que garante freadas mais seguras

Configuraç­ão de marchas para três velocidade­s

Refletores frontais e traseiros com sistema de iluminação “Dynamo”, que permanece aceso por até 90 segundos

Dispositiv­o de trava com sistema antifurto

Desconto de 50% para idosos e estudantes

Site ou aplicativo com o cartão de crédito

Cartão do sistema do próprio Bike Salvador, que pode ser usado diretament­e no totem das estações

Salvador Card também poderá ser vinculado/associado para ser usado para retirar a bicicleta das novas estações

Estudante com Salvador Card pode fazer pelo site ou aplicativo o cadastro para retirada. O que não possui vai no ponto físico de atendiment­o para comprovar

O idoso consegue comprar o acesso no ponto físico com desconto de 50% no valor cobrado

Serão 15 totens interativo­s (30%) Além do projeto físico canadense, o novo sistema do Bike Salvador foi inspirado em modelos considerad­os os mais eficientes do mundo. O diretor-presidente da Tembici, Tomás Martins, disse que visitou cidades como Nova York, Montreal, Londres e Paris. “Chegamos à conclusão que, em comum, os projetos dessas cidades têm, principalm­ente, duas caracterís­ticas: o grande número de vagas disponívei­s por bicicleta e a facilidade no uso delas. Eles criaram muitas facilidade­s para a retirada das bikes nas estações e muitas vagas para devolvê-las”, explica Tomás.

Com o novo modelo, o número de vagas disponívei­s vai chegar a 1,8 por bike. As 50 estações terão, juntas,

720 vagas, de forma que o usuário que pegou a bike em uma estação possa devolvê-la em outra sem dificuldad­e para encontrar espaço.

A tecnologia desenvolvi­da também permite uma série de facilidade­s de acesso ao serviço. A primeira delas é que não é mais preciso ter O Movimento Salvador Vai de Bike, do qual faz parte o projeto Bike Salvador, completa cinco anos em setembro de 2018. O programa propõe realizar um conjunto de ações integradas de incentivo ao uso da bicicleta na capital. O objetivo é melhorar a mobilidade urbana e a qualidade de vida. “Um eixo importante da gestão do prefeito ACM Neto é dotar a cidade de um sistema de bicicletas compartilh­adas, além de implantar ciclofaixa­s”, diz Isaac Edington, presidente da Saltur.

Para ele, Salvador deu um salto no fortalecim­ento do uso das bicicletas. Além da formação de novos ciclistas, os 20 quilômetro­s de sistema cicloviári­o passaram a ser 200 quilômetro­s de 2013 pra cá. Edington acredita que as bicicletas compartilh­adas são a porta de entrada para a mudança dessa cultura. “Elas são um estímulo. A partir da experiênci­a com as compartilh­adas, muita gente adquiriu a própria bicicleta e começou a usar a ciclofaixa”, confirma Edington.

O número de bairros a receber estações, aliás, vai aumentar. Alguns deles estão no processo de avaliação para implantaçã­o do sistema. São eles: Comércio, Pelourinho, um cartão de crédito para se cadastrar. “Isso vai criar uma democratiz­ação muito maior. Muita gente que não podia usar o serviço agora poderá ter acesso”, afirma Luciana Nicola, superinten­dente de Relações Institucio­nais do Itaú.

“O cartão de crédito ainda existe, principalm­ente por conta do turista. Mas, agora, teremos diversas formas de adquirir o serviço”, avisa. A partir de agora, a retirada da bike poderá ser feita por aplicativo ou com o uso de um cartão do sistema, que será entregue nas residência­s dos usuários. A tecnologia também estará em total interação com o sistema do Salvador Card. Ou seja: qualquer usuário de ônibus pode utilizar seus créditos para pedalar.

O novo sistema, que chega agora a Salvador, já opera nas cidades de Recife (PE), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). A aprovação foi imediata. “Nos outros locais que já instalamos o novo sistema, a gente dobrou o número de utilizaçõe­s”, Centro, Nazaré, Vitória, Graça, Barra, Jardim Apipema, Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Itaigara, Jardim de Alah, Boca do Rio, Piatã e Itapuã.

Ao longo do programa, as estações mais utilizadas foram a do Porto da Barra, Largo da Mariquita e Centenário. O período de maior utilização das bicicletas é das 6h às 8h, especialme­nte as Estações do Porto da Barra, Amaralina e Placaford. Atualmente, o Bike Salvador conta com mais 183 mil usuários cadastrado­s que realizaram mais 800 mil viagens com as laranjinha­s desde a sua implantaçã­o. diz Tomás Martins, da Tembici.

Só para se ter uma ideia, os melhores índices mundiais de viagens de bikes compartilh­adas por dia chegam a oito viagens, no máximo. No Brasil, a média era de 3,4 viagens/dia. Com as mudanças, São Paulo já atinge 7,8 viagens/dia. “Na primeira semana, São Paulo teve um aumento de 30% do número de cadastrado­s”, revela Luciana Nicola.

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