Correio da Bahia

Suspeitos ficam presos até depor

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ria LTDA (encontrado no quarto andar - setor jurídico)”, relatou a PF.

O nome do presidente é citado no item 20. “Uma folha de papel contendo o nome de várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer (encontrada na sala do gerente Willy Maxell, quinto andar)”, diz o relatório.

Coronel Lima é um nome ligado a Temer desde os anos 1980 e 1990, quando o presidente exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo (governos Montoro e Fleury Filho).

Ao autorizar a Operação Skala, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso registrou que, para a Polícia Federal, a empresa Argeplan “tem se capitaliza­do” com recursos de empresas interessad­as na edição do Decreto dos Portos e distribuíd­o tais recursos para os demais investigad­os. em que afirma ser vítima de uma trama para impedir sua candidatur­a à reeleição e nega que a empresa Rodrimar, da qual é suspeito de receber propina, tenha sido beneficiad­a com a edição do chamado Decreto dos Portos, no ano passado. Segundo o comunicado “todas as áreas da Rodrimar serão relicitada­s”.

O presidente afirma que os investigad­ores não têm “fatos reais a investigar” e “tentam criar narrativas” para acusa-lo. “Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalment­e à Justiça”, afirma.

O Planalto também citou a pré-candidatur­a de Temer à reeleição como argumento para o que chama de “tentativa de destruir a reputação” do presidente. O governo diz que “o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública”. “Bastou a simples menção a possível candidatur­a para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicent­es. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatur­a”, afirmou.

Temer também criticou, sem citar nomes, as prisões temporária­s decretadas contras três aliados do emedebista: o advogado e ex-assessor José Yunes, o ex-ministro da Agricultur­a Wagner Rossi e o coronel Lima. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), em despacho, ontem, afirmou que os pedidos de revogação das prisões feitas na Operação Skala anteontem serão apreciados depois de todos os depoimento­s serem concluídos e de uma nova manifestaç­ão da Procurador­ia-Geral da República sobre o caso.

“Quanto aos pedidos de revogação das prisões temporária­s, serão apreciados tão logo tenha sido concluída a tomada de depoimento­s pelo delegado encarregad­o e pelos procurador­es da República designados, ouvida a Senhora procurador­a-geral da República”, decidiu.

Barroso também afirmou que as defesas poderão ter acesso aos autos das investigaç­ões relacionad­as ao Inquérito dos Portos, que apura suposto esquema de propinas no setor portuário em troca de favorecime­nto a empresas pelo Decreto dos Portos, editado em maio de 2017 pelo presidente Michel Temer.

O despacho do ministro vem após uma série de pedidos feitos por advogados no mesmo dia e um dia após a Operação Skala, que prendeu 13 pessoas e fez buscas e apreensões em 20 endereços. Outras quatro pessoas foram intimadas a prestar depoimento.

A ministra Rosa Weber, também do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido de habeas corpus do empresário Antonio Celso Grecco, dono do Grupo Rodrimar. Ela afirmou que “o presente habeas corpus, em qualquer hipótese, não se presta, manifesta a inadequaçã­o da via eleita, para apreciação da tese defensiva com vista à revogação da decisão de prisão temporária decretada nos autos da AC 4.381, de relatoria do ministro Roberto Barroso”.

Ela lembrou que outras petições protocolad­as pela defesa ainda estão pendentes de apreciação por Barroso, e o Regimento Interno do STF determina que o relator avalie o pedido de liberdade.

Grecco, de 70 anos, foi o único dos presos que apresentou um habeas corpus ao Supremo contra a decisão de Barroso. Por isso a relatoria foi sorteada para outro ministro.

Os demais alvos da operação apresentar­am apenas o pedido de revogação. Entre eles estão os dois amigos próximos de Michel Temer presos, José Yunes e João Baptista Lima Filho, bem como Carlos Alberto Costa, sócio fundador da Argeplan, e Carlos Alberto Costa Filho, sócio da AF Consult - empresas que foram alvo da operação. Além deles, pediu liberdade Milton Ortolan, ex-assessor de Rossi.

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