Lula vê julgamento com apoiadores
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou o julgamento de seu pedido de habeas corpus preventivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Lula chegou ao local por volta das 11h30 e não quis falar com a imprensa. Ele ficou em uma sala reservada, sem televisão, no segundo andar do prédio, na companhia da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e dos governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do Acre, Tião Viana, e do Piauí, Wellington Dias.
O presidente estadual do PT, Luiz Marinho, disse aos jornalistas, no final da tarde, que o ex-presidente estava “sereno”, por ter consciência de que não praticou nenhum crime. Segundo ele, a expectativa de Lula era que o Supremo lhe desse “a garantia do direito constitucional [de ser candidato à Presidência da República]”.
Marinho afirmou que no mesmo espaço haveria uma reunião para discutir os próximos passos do partido e a possibilidade de dar continuidade às caravanas.
Também na sede do sindicato, mas em outro espaço, cerca de 100 apoiadores do ex-presidente acompanharam a sessão do STF em um telão e comemoraram os votos favoráveis ao habeas corpus. Nos primeiros votos, membros de movimentos sociais gritavam palavras de ordem, tocavam instrumentos de percussão e empunhavam bandeiras. Quando o ministro Gilmar Mendes empatou o placar, as pessoas aplaudiram e gritaram: “Lula presente, eterno presidente”. Já quando a ministra Rosa Weber se manifestou contrária ao pedido, a maioria dos presentes ficou em silêncio. Tristes, muitos apoiadores deram o julgamento por encerrado e deixaram o local. O esvaziamento ocorreu mesmo após o presidente do sindicato, Wagner Santana, ter pedido, antes do voto de Rosa, para que todos permanecessem até o final. Ele chegou a dizer que o jantar estava sendo providenciado. Também estavam na sede do sindicato representantes de outros grupos e categorias profissionais, como petroleiros, metalúrgicos e professores, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e Levante Popular da Juventude.
Por volta das 21h, a assessoria do ex-presidente informou que ele não iria se pronunciar após o encerramento do julgamento.