Mídia destaca desafio à Justiça
Os principais veículos de imprensa do mundo destacaram, ontem, em suas páginas na internet, a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de descumprir o prazo para uma apresentação voluntária à Polícia Federal (PF).
O New York Times, principal jornal dos Estados Unidos, ressaltou que Lula “desafiou” o prazo das 17h para se entregar voluntariamente e acrescentou que a decisão do petista pode ser o prenúncio de uma “disputa dramática” com autoridades de segurança.
A atitude “desafiadora” do petista também fez parte da abordagem do Washington Post, que destacou que a resistência do ex-presidente se deu enquanto multidões se manifestam tanto contra quanto a favor dele.
A emissora americana CNN escreveu na página inicial do site que Lula “falhou” em não se apresentar para ser levado à prisão. O britânico Financial Times afirmou que “o presidente que transformou o Brasil faz sua última resistência”.
Ainda na Inglaterra, o The Guardian lembrou o tuíte do General Villas-Bôas na última quarta-feira: “Na noite anterior à decisão, um general brasileiro ameaçou a suprema corte por meio do Twitter, o que abalou muitos em um país que teve uma ditadura militar por mais de 20 anos”.
O espanhol El País noticiou que Lula “negocia com a Justiça sua entrega para ir ao cárcere” e fez uma cobertura em tempo real do caso. O português Público foi além e, no principal destaque de seu site, afirmou que “Lula não quer entregar-se hoje” (ontem), também com atualizações ao vivo.
No italiano Corriere della Sera, a manchete da página inicial dizia que, após não se entregar à polícia, o petista está “entrincheirado” na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo.
O argentino Clarín também afirmou que o ex-presidente “desafia a Justiça”. O também argentino La Nación foi mais um a evidenciar a cobertura do caso de Lula no maior destaque de seu site, com a manchete “Tensão máxima no Brasil: entrega de Lula à Polícia Federal é negociada”.
A Al Jazeera, principal emissora de TV do Catar e um dos maiores veículos do Oriente Médio, também repercutiu a crise: “Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil e líder nas projeções para as eleições de outubro, ignorou o prazo para se entregar à polícia e iniciar uma sentença de 12 anos de prisão por corrupção”.
O francês Le Monde explicou que o ex-presidente não pode ser considerado como foragido, apesar de não ter se apresentado voluntariamente à PF em Curitiba.