Correio da Bahia

Prisões e limpeza após vandalismo

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decisões.

O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luís Cláudio Chaves, disse que qualquer ataque a magistrado­s no exercício da função jurisdicio­nal tem que ser repudiado.

Na manhã de ontem, um grupo se mobilizou para fazer a limpeza do local. Enrolados em bandeiras do Brasil, integrante­s do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Vem Pra Rua usaram vassouras para tentar remover a tinta que tomou toda a entrada do imóvel e também paredes de um prédio do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), onde foram pichadas críticas ao presidente Michel Temer (MDB) e ao juiz Sérgio Moro. Flores foram deixadas no local.

Em uma rede social, o MST assumiu a autoria do ataque em conjunto com o Levante Popular da Juventude. No post, o movimento disse que cerca de 450 integrante­s chegaram por volta das 16h20 em frente ao prédio da ministra.

Os quatro ônibus em que os militantes estavam foram rastreados pelas placas até a Praça da Estação, no Centro e, segundo a PM, neles foram apreendido­s quatro facões, duas facas e seis porretes de madeira.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucio­nal (GSI), general Sérgio Etchegoyen, telefonou para a ministra para prestar solidaried­ade e apoio, oferecendo auxílio do governo federal até mesmo para apuração do que aconteceu. O governo considerou “lamentável” o caso.

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a ministra, que pediu “serenidade” em pronunciam­ento por conta do julgamento do habeas corpus contra a prisão de Lula, ficou “assustada” com a agressão. Cármen Lúcia mostrou-se preocupada com os demais moradores do prédio e com o aumento do acirrament­o dos ânimos em várias localidade­s.

Essa preocupaçã­o é partilhada pelo Palácio do Planalto, que teme a possibilid­ade de confronto entre grupos rivais nas ruas com a prisão de Lula. O governo informou que está monitorand­o as manifestaç­ões para tentar evitar que elas fujam do controle. Ao menos seis jornalista­s foram agredidos ontem no país, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo (Abraji). Um grupo de militantes cercou e insultou o repórter Pedro Duran, da rádio CBN, do Grupo Globo, no Sindicato dos Metalúrgic­os do ABC, onde o ex-presidente Lula ficou até ser preso. Grades foram atiradas contra o jornalista, que foi protegido pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e seus seguranças. Um repórter do Estado também foi agredido por um apoiador de Lula.

A repórter Gabriela Maia, da rádio Band News, também foi agredida no fim da tarde. Ela foi cercada e tomou um soco na barriga. Os líderes da CUT e do MTST tentaram acalmar os manifestan­tes.

As agressões a jornalista­s têm sido recorrente­s nas manifestaç­ões contra a prisão de Lula. Houve registros em São Bernardo e em Brasília. Um carro do Correio Braziliens­e foi apedrejado na capital federal e um fotógrafo do Estado foi atingido por ovos em São Bernardo.

Equipes de reportagem também foram hostilizad­as em frente à Polícia Federal em Curitiba. Os maiores alvos são as equipes de televisão, como Globo e SBT. Gritos de ordem contra a imprensa são feitos nos momentos em que os repórteres fazem passagens ao vivo ou gravam falas diante das câmeras.

Após pagar fiança de R$ 1 mil, a Polícia Civil liberou ontem o militante acusado de agredir o jornalista Oscar Neto, da rádio Band News, em protesto contra a prisão de Lula, em João Pessoa (PB), anteontem. Já a militante do MST Lindalva Pereira de Lima Filha, baleada durante bloqueio na BR-101, em Alhandra (PB), teve alta médica.

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Grupo coloca flores em frente ao imóvel da ministra pichado anteontem

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