Dias de tensão e expectativa
O primeiro dia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba foi marcado pelo reforço da segurança e por fortes expectativas. Depois dama madrugada tensa, quando oito pessoas se feriram em confrontos com a polícia logo após a chegada de Lula, o dia transcorreu sem ocorrências.
Lula começou a cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro na noite de sábado. Ele foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex em Guarujá. Na primeira noite no local, ele dormiu tranquilamente e não foi maltratado pelos agentes do local, segundo nota divulgada Partido dos Trabalhadores (PT). “Ele continua sereno e tranquilo. Sua força vem do carinho do povo e ela alimenta de volta esse sentimento”, diz a nota.
O PT informou, ainda, que após chegar, às 22h do sábado, Lula passou um período na companhia do advogado Cristiano Zanin Martins. Na tarde de ontem, Zanin voltou ao local, mas não falou com a imprensa. No Facebook, publicou um vídeo afirmando que Lula está bem, “embora indignado com a situação”.
No jantar, o ex-presidente e outros presos detidos no local comeram carne assada,
Depois do tumulto na chegada de Lula, a polícia bloqueou os cruzamentos que ficam no entorno do prédio da PF, para evitar novos confrontos com os manifestantes. A polícia está sendo acusada de ter usado bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha em direção aos manifestantes pró-Lula, ferindo sete pessoas - três crianças - e um policial.
De acordo com a Polícia Militar, o número de policiais será aumentado à medida que o número de manifestantes cresça no local. A PM não informou o número de policiais que estão no local, mas disse que, além dos homens fardados, há policiais à paisana.
A estratégia foi tomada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Exército e polícias Federal, Militar e Civil, que monitoram o movimento de manifestantes. E vai numa linha diferente da adotada nas duas ocasiões em que o ex-presidente veio prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro, quando um grande número de policiais ficou nos arredores do prédio antes da chegada de militantes.
Ontem, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) confirmou que está organizando caravanas rumo à Curitiba, para “dar força total ao acampamento” que está sendo montado nos arredores da Superintendência. Devido à ordem judicial, o acampamento está a uma distância de 500 metros do prédio, atrás do bloqueio da Polícia Militar.
Com as ruas fechadas, a rotina dos moradores da região foi afetada. Segundo Roberto Baggio, da Frente Brasil Popular, os grupos estão se organizando e haverá cozinha improvisada, equipes voluntárias de saúde, ônibus, colchões e barracas. Sobre possíveis conflitos, Baggio afirma que o objetivo é protestar de maneira pacífica. “Nossa orientação é de que nosso pessoal não aceite provocações”, garantiu