Uma nova atração
Tentando superar a crise que quase paralisou os esportes aquáticos do Brasil em 2017, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) terá no Troféu Brasil - Maria Lenk o primeiro grande desafio da sua nova gestão nesta semana. A maior e mais tradicional competição de natação do País terá início hoje, no Rio de Janeiro, com uma novidade: a maratona aquática de 10km em Copacabana.
A prova deve aumentar os holofotes sobre a competição, que é a grande aposta dos novos dirigentes para mostrar serviço e atrair novos patrocinadores para a entidade. A CBDA tenta recuperar a credibilidade após denúncias de corrupção e prisões que culminaram na intervenção da Justiça no ano passado.
Para tanto, terá como desafio organizar um Maria Lenk - que passou a se chamar também Troféu Brasil neste ano - com orçamento inferior ao dos últimos anos, em razão do sumiço dos patrocinadores. A nova gestão ainda não tem as cifras finais, mas confirma as dificuldades na organização do evento.
“A maior dificuldade que tivemos foi a baixa capacidade financeira de investimento”, admitiu o presidente Miguel Carlos Cagnoni. A nova diretoria espera fazer mais com menos. “Nosso orçamento é muito menor do que anteriormente. Mas esperamos fazer um evento do mesmo nível ou até melhor do que o do ano passado”, disse Renato Cordani, diretor de esportes da CBDA.
Com a chance de mostrar eficiência no Maria Lenk, a nova gestão aposta na maratona aquática com a presença da atual campeã olímpica, a holandesa Sharon Van Rouwendaal. Pela mesma equipe da Unisanta-SP, Ana Marcela Cunha será a maior esperança brasileira. “Para mim, a competição será ainda mais especial porque terá a maratona aquática pela primeira vez”, afirmou a nadadora.
A tricampeã mundial voltará ao mesmo palco da Olimpíada do Rio-2016, quando decepcionou ao ficar longe do pódio em Copacabana. “Acho que isso me deixou mais forte. O mais legal é ter esta chance de estar no mesmo lugar e poder fazer um resultado diferente”, disse a atleta, que competirá também nas piscinas - nos 400 metros, 800 metros e 1.500 metros.
No Parque Aquático Maria Lenk, as disputas serão de terça-feira até sábado, com eliminatórias pela manhã e finais às 18 horas. Cesar Cielo também irá competir. Após ficar aquém do esperado na Olimpíada do Rio, a baiana Ana Marcela Cunha decidiu atravessar o oceano para treinar na África do Sul. Ela aposta em um bom resultado na primeira maratona aquática do Troféu Brasil - Maria Lenk que valerá pontos para os clubes na disputa do título.
Como está a vida na África do Sul?
Como turista e moradora, acho a Cidade do Cabo uma cidade muito legal, turística, tem bastante movimento. É bem diferente do que eu esperava e também é muito diferente do restante da África do Sul.
Por que treinar lá?
Em outubro recebemos uma proposta de uma fundação, a Aquazurra, para treinar lá com tudo pago: moradia, viagem, tudo. Eu queria algo diferente, sair um pouco do Brasil. Lá o meu custo de vida é mais baixo porque a fundação banca quase tudo. O projeto é olímpico, visando os Jogos de Tóquio-2020.
Quais as metas para o Troféu Brasil - Maria Lenk?
Na maratona, a gente busca o resultado, mas não pensa muito no tempo. Em relação à piscina, quero chegar perto dos meus melhores resultados e fazer o melhor que puder para ajudar minha equipe com os pontos.
Como avalia a nova gestão da CBDA?
Estão trabalhando bem. A transparência que estão tendo, pra gente (atletas) é muito bom. Traz mais segurança. Acredito que é uma equipe nova, muita gente com muitas ideias.