Correio da Bahia

Ufba aposta em inovação no setor

-

no estado. O número inclui construtor­as, empresas de obras de impermeabi­lização; serviço de pintura; empresas que trabalham com edificaçõe­s; empresas que vendem e arrendam máquinas e equipament­os; e empresas que fazem consultori­as e projetos da área.

Naquele ano, 266 corporaçõe­s foram abertas e 47 foram fechadas. Em 2017, a proporção entre novas empresas e aquelas que fecharam as portas passou de 17% para 42% - 354 abertas e 149 fechadas, além de 3.477 ativas. Só este ano, até o dia 11 deste mês, 91 empresas abriram e 55 fecharam – uma proporção de 60,43%.

Hoje, é como se os postos de trabalho tivessem regredido a uma situação um pouco pior do que antes de 2008. Naquele ano, toda a construção civil empregava 133 mil trabalhado­res com carteira assinada, de acordo com dados do Sinduscon. Em janeiro de 2018, 118 mil pessoas estavam na mesma condição. A professora Tatiana Dumet, diretora da Escola Politécnic­a da Universida­de Federal da Bahia (Ufba), defende que o Brasil ainda tem ‘falta’ de engenheiro­s. “A gente forma 40 mil engenheiro­s por ano e deveria estar formando 60 mil para atender as demandas de tecnologia. Mas não quer dizer que vai ter emprego para todo mundo”, explica.

Uma nova cultura que a Politécnic­a tem tentado implementa­r é justamente de criar uma cultura de inovação entre os estudantes – ou seja, que se tornem seus próprios empregador­es. A ideia é que, com isso, os jovens saiam desses dois horizontes – de ser funcionári­o público ou de trabalhar para grandes empresas.

“Existem ciclos na Engenharia, sem sombra de dúvidas. Eu formei em 1988 e já passei por dois ou três”, conta Dumet. A realidade atual parece ser a de um ciclo de baixa. Na própria Politénica, os estudantes têm postergado a formatura um ou dois semestres para tentar conseguir o estágio.

“Eles estão realmente preocupado­s e houve uma diminuição de oferta de estágio. Antes, a gente recebia quase que diariament­e pedido de indicação”.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Engenheiro­s (Senge), Ubiratan Félix, durante o boom da construção civil, não era incomum que estagiário­s recebessem uma bolsa de R$ 1,8 mil. “Os alunos escolhiam. Não é a realidade de hoje, que tem uma super oferta de estudantes e até estágio de graça está difícil”.

Nos últimos vestibular­es, a concorrênc­ia para Engenharia Civil caiu – o que reflete o interesse dos atuais estudantes de Ensino Médio na área. No auge, na Escola Politécnic­a, Engenharia Civil chegou a ter 15 candidatos por vaga. Hoje, fica em torno de 6 ou 7.

Mesmo assim, tem gente que não desanima. Apesar de saber de toda a situação do país e de recessão no campo, o estudante Thiago Bozzo, 19, não desistiu da Engenharia Civil. Hoje ele está no 2º semestre do curso e ocupa o cargo de gerente de venda na empresa júnior do curso, a Engetop. “Acredito que é muito além de ir para obra e ficar em escritório fazendo projetos”, diz.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil