Correio da Bahia

Familiares pedem prisão de PMs, que são afastados

- Bruno Wendel

passo. A gente quer justiça e começa a ser feita. Queremos andar mais”, disse Cristina Filho ao CORREIO. Ela disse que o pai sempre ensinou os filhos a respeitare­m a polícia e, por isso, está indignada: “Nem durmo direito”, desabafou.

Cerca de 200 pessoas, entre parentes e amigos de Nadinho, saíram a pé da casa do artista, por volta das 9h de ontem, e seguiram para a delegacia, na Rua São Luís, centro da cidade, onde bloquearam o trânsito. Parte do comércio não abriu.

“Candeias amanheceu de luto. Ele era uma pessoa muito querida. Indiscutív­el a sua conduta, o perfil dele. Tomamos como surpresa”, disse ao CORREIO o prefeito da cidade, Pitágoras Ibiapina (PP).

Vestidos de branco, usando telas do artista e cartazes com as frases “Candeias está em luto”, “Morre mais um inocente”, “Exigimos justiça”, “61 anos destruídos em um disparo”, os manifestan­tes cobraram empenho na investigaç­ão. “Ele era um pai de família. O que nós queremos é que a justiça seja feita. Uma investigaç­ão séria. Eles (policiais) colocaram a arma na mão dele. É absurdo. A arma dele é um pincel”, declarou José Marinho, amigo da vítima.

Os manifestan­tes ficaram na porta da delegacia por uma hora. “Esse ato é importante, porque queremos que se faça justiça. O intuito também é de acabar com essa violência injusta que acontece também com outras famílias”, disse Dênis de Souza Barbosa, amigo da família e que também participou do protesto.

Segundo Dênis, os policiais não sabiam que a casa que fora invadida era de Nadinho, artistas plástico conhecido em Candeias. “Quando aconteceu a tragédia, pensaram que a casa era de qualquer um. Quando descobrira­m que a casa era de Nadinho, eles (policiais) apresentar­am várias versões, inclusive de que Nadinho havia pego uma arma. Nadinho sequer abriu a janela. Morreu de forma injusta. Queremos a prisão dos culpados. Entraram para matar”, desabafou ele ao CORREIO.

Logo depois, os manifestan­tes seguiram a caminhada pelas ruas do centro e também se concentrar­am em frente ao Batalhão da 10ª Companhia Independe de Polícia Militar, onde uma das filhas do artista foi recebida pelo comandante da companhia.

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Indignados, família e amigos caminharam do ateliê de Nadinho, onde ele foi morto, até a delegacia da cidade

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