Familiares pedem prisão de PMs, que são afastados
passo. A gente quer justiça e começa a ser feita. Queremos andar mais”, disse Cristina Filho ao CORREIO. Ela disse que o pai sempre ensinou os filhos a respeitarem a polícia e, por isso, está indignada: “Nem durmo direito”, desabafou.
Cerca de 200 pessoas, entre parentes e amigos de Nadinho, saíram a pé da casa do artista, por volta das 9h de ontem, e seguiram para a delegacia, na Rua São Luís, centro da cidade, onde bloquearam o trânsito. Parte do comércio não abriu.
“Candeias amanheceu de luto. Ele era uma pessoa muito querida. Indiscutível a sua conduta, o perfil dele. Tomamos como surpresa”, disse ao CORREIO o prefeito da cidade, Pitágoras Ibiapina (PP).
Vestidos de branco, usando telas do artista e cartazes com as frases “Candeias está em luto”, “Morre mais um inocente”, “Exigimos justiça”, “61 anos destruídos em um disparo”, os manifestantes cobraram empenho na investigação. “Ele era um pai de família. O que nós queremos é que a justiça seja feita. Uma investigação séria. Eles (policiais) colocaram a arma na mão dele. É absurdo. A arma dele é um pincel”, declarou José Marinho, amigo da vítima.
Os manifestantes ficaram na porta da delegacia por uma hora. “Esse ato é importante, porque queremos que se faça justiça. O intuito também é de acabar com essa violência injusta que acontece também com outras famílias”, disse Dênis de Souza Barbosa, amigo da família e que também participou do protesto.
Segundo Dênis, os policiais não sabiam que a casa que fora invadida era de Nadinho, artistas plástico conhecido em Candeias. “Quando aconteceu a tragédia, pensaram que a casa era de qualquer um. Quando descobriram que a casa era de Nadinho, eles (policiais) apresentaram várias versões, inclusive de que Nadinho havia pego uma arma. Nadinho sequer abriu a janela. Morreu de forma injusta. Queremos a prisão dos culpados. Entraram para matar”, desabafou ele ao CORREIO.
Logo depois, os manifestantes seguiram a caminhada pelas ruas do centro e também se concentraram em frente ao Batalhão da 10ª Companhia Independe de Polícia Militar, onde uma das filhas do artista foi recebida pelo comandante da companhia.