Correio da Bahia

Vitória Alexander Baumjohann fala sobre a vontade de renovar contrato com o rubro-negro

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quanto o Chile, sob o comando do técnico polonês Lászió Pákozdi, procurava insistente­mente, em bolas aéreas, o gol de Periperi.

No primeiro tempo, a melhor chance foi chilena, com um chute cruzado de Díaz, que passou perto da meta brasileira, após uma troca de passes entre Astorga e Fer- nández. O Brasil também criou oportunida­des e, numa delas, o goleiro Quitral, ao defender uma cabeçada de Otoney, se chocou com a trave, tomou cinco pontos na testa e acabou substituíd­o pelo jovem Mário Ojeda.

Excessivam­ente precavida após o intervalo, a Seleção permitiu o cresciment­o do Chile, que marcou aos 14 minutos, através de Meléndez, com um chute forte da meia-lua em que a bola bateu no poste antes de chegar às redes. Animados, os chilenos quase ampliaram o marcador, que insistiu em permanecer em 1x0 até o final.

Setenta e duas horas depois, feriado de 18 de setembro, data comemorati­va da Independên­cia do Chile, uma tarde de quarta-feira, brasileiro­s e chilenos voltavam ao Estádio Nacional para a decisão da II Taça O’Higgins.

Sem Walder, ainda machucado, Pedrinho Rodrigues manteve Henrique na zaga central, trocou o inseguro Boquinha pelo volante Jota Alves, improvisan­do-o na lateral esquerda, e escalou Hamílton no ataque, em substituiç­ão a Ceninho, que errara muito nas finalizaçõ­es no jogo de domingo.

Já o treinador Lászió Pákozdi foi mais radical nas mudanças. Precisava testar todo o elenco, que se preparava para as eliminatór­ias da Copa de 1958, e aquela era a oportunida­de para promover o laboratóri­o: fez retornar o goleiro titular Quitral, recuperado do corte na testa, e só manteve o atacante Meléndez.

Precisando vencer, sem a carga emocional da estreia e aproveitan­do-se do desentrosa­mento do adversário, o Brasil se apresentav­a bem melhor do que no compromiss­o anterior. Aos 15 minutos, Mattos recebeu um lançamento em profundida­de de Otoney, conseguiu se livrar da marcação de Ortiz e Bello e chutou baixo e cruzado no canto direito da meta chilena para fazer 1x0. O resultado se manteve e levou o jogo para a prorrogaçã­o.

O período complement­ar ficou caracteriz­ado pela tensão. Empurrados pela torcida, os chilenos partiram para definir o jogo nos primeiros minutos, diante de um Brasil com cuidados defensivos, próprios de quem sabia que o empate lhe garantiria a posse transitóri­a da taça - como não havia data disponível para a “negra”, ficou acordado que o empate na prorrogaçã­o daria o título ao visitante.

Enquanto o Chile fizera as três modificaçõ­es a que tinha direito – Torres em lugar de Bello, Fernández no de Hormazábal e Ramírez no de Leonel Sánchez, apontado hoje, ao lado do zagueiro Figueiroa, do meia Francisco Valdés e dos atacantes Zamorano e Salas como um dos maiores ídolos do futebol chileno –, a Seleção Brasileira se limitara a trocar Raimundinh­o por Wassil.

O jogo, que já era tenso, ficou complicado com a entrada desleal do atacante chileno Fernández no goleiro Periperi. Este episódio, que provocou confusão, invasão de campo, intervençã­o policial e substituiç­ão de Periperi por Albertino, terminou por desestabil­izar o Brasil.

Danor Morales, o juiz que prejudicou o Chile não permitindo que fosse cobrado um escanteio no último minuto do tempo normal de jogo, compensou o erro ao deixar de expulsar Fernández. Atordoada, a Seleção Brasileira ainda viu o Chile marcar um gol polêmico no final da prorrogaçã­o, feito de cabeça pelo controvert­ido Fernández, depois de um cruzamento de Meléndez. Morales não teria visto um toque de mão de Musso, que também participar­a do lance.

Quitral, Navarro, Bello (Mário Torres), Ortiz e Rojas; Arenas e Jorge Díaz; Musso, Meléndez, Hormazábal (Fernández) e Leonel Sánchez (Ramírez) Técnico Lászió Pákozdi

Periperi (Albertino), Pequeno, Henrique, Nelinho e Jota Alves; Pinguela e Otoney; Teotônio, Hamílton, Mattos e Raimundinh­o (Wassil)

Técnico Pedrinho Rodrigues

18 de setembro de 1957 Estádio Nacional, em Santiago Gol Mattos, aos 15 minutos do 1º tempo; e Fernández, aos 14 minutos do 2º tempo da prorrogaçã­o Público 24.163

Árbitro Danor Morales (chileno)

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