Correio da Bahia

Projetos de energia solar podem ter 100% de subsídio

- MURILO GITEL, ESPECIAL PARA O CORREIO SUSTENTABI­LIDADE

O desejo de gerar energia solar através do próprio telhado de casa, economizar na conta de luz e ainda contribuir com o meio ambiente está mais próximo dos baianos desde a primeira semana de abril, quando o governo federal anunciou em Brasília a liberação do financiame­nto do Fundo Constituci­onal de Financiame­nto do Nordeste (FNE Sol) para pessoas físicas e jurídicas.

Operados pelo Banco do Nordeste, os recursos da ordem de R$ 3,2 bilhões são voltados para financiar a instalação de placas fotovoltai­cas (que convertem a energia do sol em eletricida­de) em residência­s e estabeleci­mentos comerciais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.

Com a facilitaçã­o de acesso ao financiame­nto, o que inclui juros abaixo das taxas praticadas pelo mercado e prazo maior para pagamento, o governo espera que cresça o número de pessoas que geram a própria energia. A expectativ­a do Ministério da Integração Nacional é realizar pelo menos 10 mil operações, ainda este ano.

O presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, destaca que essa ampliação do FNE Sol, que já contemplav­a pessoas jurídicas e empreended­ores rurais, beneficiar­á milhares de famílias em toda a região.

“O BNB já investiu mais de R$ 65 milhões para a micro e minigeraçã­o de energia. Estamos preparados para financiar todas as pessoas interessad­as na aquisição dessa moderna tecnologia de energia limpa ”.

Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltai­ca (Absolar), Rodrigo

Sauaia, a iniciativa do governo federal é relevante para o setor, uma vez que o acesso ao crédito é o grande gargalo para o avanço da energia solar no país.

“Contribui diretament­e na redução dos gastos com energia elétrica, geração de empregos de qualidade e com a sustentabi­lidade ambiental, por ser uma energia limpa”, observa.

Embora seja um país tropical dotado de sol em abundância, atualmente menos de 30 mil unidades consumidor­as de energia elétrica, dentre as 82 milhões existentes no Brasil, podem gerar energia solar fotovoltai­ca – número que correspond­e a apenas 0,04% do total.

Moradora dos Barris, a médica veterinári­a Maria das Graças Almeida afirma que instalaria as placas solares em casa, caso tivesse condição financeira. “Se pudesse eu faria. Inclusive já tive na fazenda de minha família, em Milagres, cidade do Centro-Sul baiano, a 230 km de Salvador, com empréstimo do BNB, mas roubaram tudo: placa, bateria e fios”, lamenta.

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