Correio da Bahia

Retomada das obras não tem previsão

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poder consumir até 1,6 megawats e colocar mais 4 pivôs”, ele disse. Mas isso só será possível a partir de 2019, quando a Coelba (concession­ária de energia na Bahia) concluir obras de ampliação em subestaçõe­s de energia na região.

“Esse comunicado que recebi, autorizand­o minha demanda por mais energia e com o contrato para assinar, é uma boa notícia. Espero que o mesmo esteja ocorrendo com outros produtores, muitos estão na mesma situação que eu. Tem gente que usa até gerador de energia”, completou Bergamasch­i, cuja conta de energia, sem o gasto excessivo, chega a R$ 170 mil por mês.

Com mais energia em 2019, o produtor que colheu nesta safra 65 sacas de 60 kg de soja por hectare – ano passado foram 57 sacas – espera ampliar a área plantada em 5%, mesmo percentual que deve ser alcançado com novas áreas de cultivo no Oeste este ano.

Na região, mesmo com pouca energia, os produtores conseguira­m bons resultados na colheita da soja, finalizada em abril e que deve ficar em 5,4 milhões de toneladas – a safra recorde de 2017 foi de 5,2 milhões de toneladas, 62% a mais que em 2016. Ainda não há previsão de retomada das obras da linha de transmissã­o que foram abandonada­s pela Abengoa. A Aneel, em resposta ao CORREIO, sugeriu consultar a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para saber sobre o Plano Decenal de Expansão da Energia (PDE), mas a EPE não respondeu – ambas são ligadas ao Ministério de Minas e Energia. Disponível no site da EPE, o PDE 2026 é um informativ­o voltado para toda a sociedade, “com uma indicação, e não determinaç­ão, da perspectiv­a de expansão futura do setor de energia sob a ótica do governo até 2026”.

O documento, de julho de 2017, informa que o fato de as obras das linhas de transmissã­o arrematada­s pela Abengoa em 2012 não terem sido concluídas “torna incerta a data para a entrada em operação dos reforços”.

O problema da demanda de mais energia para a região Oeste voltou às rodas de discussões do agronegóci­o na semana passada, durante o lançamento da Bahia Farm Show, na última semana. O evento será entre 29 de maio e 2 de junho, em Luís Eduardo Magalhães. Para o presidente da Abapa, Júlio César Busato, o problema da falta de energia na região “é crônico, os produtores não avançam com projeto porque não têm a disponibil­idade da energia”, mas diz acreditar que “esse problema será sanado logo”.

Em tom mais crítico, o presidente da Aiba, Celestino Zanella, declarou que o trabalho feito em 2017, pelo Consórcio Paranaíba, “melhorou um pouco, mas precisamos de muita energia”.

“Já estamos com projetos que já estão com outorgas, financiame­nto, licenciame­nto, e estão dependendo de demanda de energia. Peço ao governador do estado que faça um esforço”, falou. Para Zanella, “a região precisa de umas três subestaçõe­s de 25 megawats por ano para fornecer energia ao setor rural, industrial e urbano”. Segundo a Coelba, a solução definitiva para o problema na região passa pela retomada das obras da Abengoa. A previsão da distribuid­ora é de construir pelos menos três novas subestaçõe­s até 2022. Uma delas, a subestação Rio do Algodão, deve ficar pronta ainda em 2018, com investimen­to de cerca de R$ 20 milhões.

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Sistemas de irrigação demandam maior potência energênica na região

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