Tragédia em Cuba
Um avião com 113 pessoas a bordo caiu durante a decolagem em Havana (Cuba), ontem. A aeronave, um Boeing 737, de 39 anos, era operado pela companhia estatal Cubana de Aviación. Ao todo, 109 pessoas morreram. Quatro sobreviventes em estado crítico foram resgatados. Um deles morreu a caminho do hospital. Até o fechamento desta edição, não havia informações sobre o estado dos outros três.
O avião saiu do aeroporto José Martí em direção à cidade de Holguín, no leste da ilha de Cuba. A aeronove caiu em uma área rural pouco depois do meio-dia, entre o sul de Havana e a cidade vizinha, Santiago de Las Vegas, a uma curta distância do final da pista do aeroporto.
Parentes dos passageiros foram levados para uma área privada no terminal para aguardar notícias.
“A única coisa que ouvimos, quando estávamos no check-in, foi a explosão, as luzes se apagaram no aeroporto e vimos a fumaça. Nos disseram que um avião havia caído”, disse o turista argentino Brian Horanbuena à agência Associated Press.
No momento do acidente, o tempo estava chuvosos no aeroporto, com ventos de aproximadamente 6 km/h.
O Boeing 737 foi construído em 1979 e alugado pela Cubana Aerolineas Damojh, pequena companhia que também recebe o nome de Global Air. Uma comissão especial foi formada para investigar a causa do acidente.
No ano passado, um avião militar cubano caiu em uma encosta na província de Artemisa, no oeste do país, matando oito soldados. Em 2010, um voo da AeroCaribbean, de Santiago (Chile) para Havana, caiu matando todas as 68 pessoas a bordo, incluindo 28 estrangeiros.
A Cubana de Aviación é famosa por atrasos e cancelamentos. Nos últimos meses, a companhia desativou muitos de seus aviões devido a problemas de manutenção, o que levou a empresa a contratar aeronaves fretadas de outras empresas.
Em abril, o diretor-geral da Cubana, o Capitão Hermes Hernandez Dumas, disse à imprensa estatal que voos domésticos da companhia transportaram 11.700 passageiros a mais do que o planejado entre janeiro e abril.
A Cubana Aviación foi fundada em 1929. Em 1961, com o embargo dos Estados Unidos a Cuba, a empresa passou a comprar aviões soviéticos.
Nos anos 1990, com o colapso da antiga União Soviética, a Cubana de Aviación passou por problemas de manutenção de suas aeronaves, que foram sendo aposentadas. Em 2004, houve a renovação da frota com a compra de aviões russos e de outros países.