PM diminuiu rondas para poupar gasolina
Por conta da greve dos caminhoneiros, a Polícia Militar de São Paulo teve de adotar mudanças em sua rotina de patrulhamento para economizar combustível. De acordo com a Secretaria da Segurança do estado, a pausa adotada pelos policiais nas rondas de rotina, foi estendida em dez minutos.
“As viaturas permanecem normalmente 20 minutos nos seus pontos e saem para circular. Esse período aumentou de 20 para 30 minutos por prudência, para economia de combustível. Não teve desabastecimento da nossa frota, tinha combustível para enfrentar os primeiros momentos da manifestação, mas foi uma ação preventiva”, disse o secretário Mágino Alves Barbosa Filho.
Em Minas Gerais, o governador Fernando Pimentel chegou a decretar ponto facultativo para minimizar os impactos da greve por conta do desabastecimento de combustível. A medida foi acompanhada pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, na capital.
No Rio de Janeiro, um balanço divulgado pelo Sindicato das Empresas de Ônibus, ontem, apontou que no final do dia apenas 57% da frota estava em operação na capital fluminense.
A falta de combustíveis no país ainda impactou em outro serviço essencial: a coleta de lixo. O setor recorreu a planos de contingência para prolongar ao máximo o que restava de combustível para manter a coleta de resíduos nas cidades brasileiras durante a greve.
Pensando em um possível prolongamento da greve, caso o governo e os caminhoneiros não entrassem em acordo, a Advocacia-Geral da União (AGU) obteve, até as 22h de ontem, 19 decisões liminares que proibiam a obstrução das rodovias federais pelos grevistas. As decisões foram tomadas pela Justiça Federal de 13 estados e do Distrito Federal. Foram eles: Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
A ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, afirmou que os caminhoneiros tinham garantido o direito constitucional de livre manifestação, mas não podiam bloquear as rodovias.
“A liberdade de manifestação e de expressão não pode inviabilizar o direito de toda população brasileira de acesso a outros direitos fundamentais. A liberdade de locomoção, a liberdade de ir e vir também merece ser respeitada”, disse Grace.
Ela ainda informou que a AGU estava à disposição do Ministério da Segurança Pública para garantir o cumprimento das decisões.
A Justiça Federal também chegou a expediu liminar de reintegração de posse do trecho da BR-101, entre Niterói e a divisa do Rio com o Espírito Santo. Foi autorizado ainda que a Polícia Rodoviária Federal recebesse o apoio do Exército.