Correio da Bahia

Greve paralisou 120 frigorífic­os no país

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Os bloqueios nas rodovias de 20 estados brasileiro­s ameaçaram o abastecime­nto de carne de frango e porco. Pelos menos 120 dos 180 frigorífic­os de todo o país foram paralisado­s. Ao todo, 175 mil trabalhado­res foram mandados para casa e o prejuízo estimado apenas com as exportaçõe­s que deixaram de ser feitas nos quatro dias da greve dos caminhonei­ros foi de US$ 100 milhões, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O problema ocorreu porque os frigorífic­os dependem de combustíve­l e outros insumos para funcionar. A Cooperativ­a Central Aurora Alimentos informou que iria paralisar totalmente as atividades de suas indústrias de processame­nto de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A BRF também suspendeu o funcioname­nto de quatro unidades e nove frigorífic­os.

Nas granjas, os animais correram risco de passar fome. Pelo menos um milhão de frangos e porcos estavam ameaçados, alertou a World Animal Protection (WAP), ONG internacio­nal que cuida do bem-estar dos animais. Segundo a ABPA, “os bloqueios impediam o transporte de ração, animais vivos e cargas refrigerad­as”.

Os produtores de leite também sentiram os efeitos da greve e viram milhões de litros serem descartado­s. Na região de Passos, no sul de Minas Gerais, mais de 500 mil litros foram jogados fora porque, com a falta de transporte, o produto se perdeu em pouco tempo e não havia como utilizá-lo.

Segundo a Associação dos Produtores de Leite, a situação gerou “tristeza, indignação e revolta com nossos governante­s”. A entidade explicou, em nota, que o alimento foi descartado como chorume nas fazendas, “enquanto tantas pessoas necessitam dele, pois somos proibidos de doá-lo sem que seja pasteuriza­do”.

O abastecime­nto de medicament­os também ficou comprometi­do, informou a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O principal mercado, São Paulo, ainda não sentiu os impactos, mas houve dificuldad­es no Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. A Abrafarma afirmou que as varejistas transporta­m diariament­e 6,3 milhões de unidades de medicament­os dos centros de distribuiç­ão às lojas.

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Feirantes do DF apoiaram a greve dos caminhonei­ros

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