Gasolina está garantida hoje
Salvador não corre mais o risco de ficar sem combustível hoje. Ontem pela manhã, o presidente do Sindicombustíveis, Walter Tannus chegou a afirmar que havia a possibilidade dos postos ficarem sem gasolina para vender. Mas, à tarde, o status mudou com a chegada de mais dez carretas para reabastecer os postos.
“Cada posto tem capacidade de armazenar todo o volume de uma carreta, mas vamos distribuir o volume entre três e quatro postos para que seja feito um abastecimento fracionado”, afirmou Tannus ao CORREIO.
Cada caminhão tem capacidade de transportar 30 mil litros de combustível, o que totaliza mais de 300 mil litros na cidade. Segundo o sindicato, em dias normais Salvador recebe, em média, 1,5 milhão de litros de combustível por dia para abastecer 250 postos.
O sindicato informou que novas escoltas foram feitas ontem para que outros caminhões conseguissem passar os bloqueios. A entidade, porém, não informou quais postos serão abastecidos. O comboio que chegou entre anteontem e ontem abasteceu 35 postos. Ainda segundo Tannus, o abastecimento só será totalmente normalizado em 72 horas.
Três distribuidoras de gás de cozinha foram autuadas, ontem, pela Diretoria de Ações de Defesa do Consumidor (Codecon), no bairro do Uruguai, por aumento de preço sem justificativa. De acordo com o diretor da Codecon, Alexandre Lopes, os estabelecimentos comerciais da Cidade Baixa estavam cobrando até R$ 100 por um botijão. O valor, segundo ele, é considerado "abusivo". A fiscalização do órgão deve continuar hoje) em outros bairros da capital baiana. Ainda de acordo com o diretor, os estabelecimentos têm 10 dias para se defender. "Eles podem pagar multas que variam de R$ 600 a R$ 6 milhões", diz Lopes.
O CORREIO encontrou dois clientes comprando gás por R$ 80 na distribuidora Brasilgás, no Uruguai. O autônomo Rogério Bispo era um deles. Ele disse que costuma adquirir o botijão no mesmo local por R$ 50. "Eu só comprei porque tenho duas crianças em casa e preciso fazer comida", disse.
O Procon Bahia também está fiscalizando os postos e distribuidoras, em conjunto com o Codecon, mas não autuou nenhum estabelecimento. Segundo o diretor de fiscalizações do órgão, Iratan Vilas Boas, após as denúncias de preços abusivos na venda do GLP, as 12 distribuidoras de Salvador foram notificadas. Elas terão 10 dias para informar os preços de antes e durante a greve dos caminhoneiros.