Movimento disperso dificulta fim da greve, diz Marun
desse infrator”, diz. Ao todo, já foram aplicados R$ 3 milhões em multas, diz.
O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, evitou dar um prazo para que o abastecimento seja regularizado. Mas ressaltou que falaria da "parte cheia do copo".
“Avançamos e muito. Não há bloqueio em ponto nenhum das estradas. Aeroportos estão funcionando. Alguns na sua plenitude, outros com restrição”, disse.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ontem que há “infiltrados” na paralisação dos caminhoneiros com interesses políticos que atrapalham a retomada das atividades “Temos informações que alguns ali não são caminhoneiros e se infiltraram no movimento com objetivo político. Nós estamos cuidando desse assunto para que a infiltração não afete a retomada imediata da atividade”, disse Padilha.
O ministro da Casa Civil afirmou que o governo quer “separar” esses grupos para liberar as estradas.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, afirmou que o abastecimento está sendo “normalizado” em alguns estados, mas esse processo leva tempo e as informações sobre as medidas tomadas pelo governo precisam chegar às ruas.
Na posse do ministro Ronaldo Fonseca (Secretaria-Geral), o presidente Michel Temer disse que “se Deus quiser” a crise gerada pela paralisação dos caminhoneiros terminará logo. O presidente disse ainda que foi criticado por não ter usado a força logo no início dos atos da categoria. “Nós não fazemos assim. Não é nossa vocação, a nossa vocação é do acerto, do diálogo, da conciliação, do ajuste, que é o que fizemos ao longo desta semana”, afirmou.
Apesar da declaração do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), na manhã de ontem, de que as reivindicações dos caminhoneiros foram atendidas e as negociações se esgotaram, ainda havia veículos parados ou bloqueando estradas.
O anúncio de redução no preço do diesel e criação de um preço mínimo para o frete, feito pessoalmente pelo presidente Temer, não foi suficiente para desmobilizar a paralisação. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, reconheceu que não há uma previsão para o fim da paralisação e atribuiu a dificuldade de dar essa previsão ao fato de que não há uma liderança única do movimento. “Não existe uma liderança uniforme desse movimento, são vários líderes. Ouvimos vários desses líderes e, do que ouvimos, elaboramos essa pauta que nós entendemos que atende aos pleitos dos caminheiros e fomos ao máximo do que o governo poderia ceder”, disse. Apesar disso, ele disse que a expectativa é que as propostas anunciadas surtam efeito. O governo esperava que ainda ontem o movimento começasse a ser desmobilizado, o que aconteceu em poucos trechos.
Em nota, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) informou que “considera que os caminhoneiros foram muito bem atendidos” e pediu o retorno às atividades. Já a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), por meio do presidente José Araújo Silva, também conhecido como China, disse que “muitos caminhoneiros não sabem o que está acontecendo” (sobre comunicado de acordo). “Continuam parados por falta de comunicação. Mas agora não tem como prosseguir a greve”. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) deixou a cargo das bases sindicais decidirem pela manutenção ou não da paralisação, mas pediu a liberação de produtos como combustíveis e recursos para hospitais.
Urgência O Senado aprovou o pedido de urgência para o projeto que elimina a cobrança de PIS-Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano. A exclusão dos tributos foi incluída pela Câmara no projeto que trata da reoneração da folha de pagamentos de 28 setores. O pedido de urgência inclui a proposta na pauta de votações para pode ser analisada mais rapidamente pelo plenário. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), não falou em data de votação.
NasRuas O movimento NasRuas criticou a paralisação dos caminhoneiros. O movimento afirma que os caminhoneiros não pediram “nenhuma medida que atenda aos anseios da população em geral”, como a redução da carga tributária sobre a gasolina e o etanol. “NasRuas os apoiou, esteve presente em várias paradas, ajudando com alimentos, água, kit de higiene, filmando os caminhoneiros e lhes dando publicidade”, afirmou o movimento.
Subestimou O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia que o governo federal subestimou a situação dos caminhoneiros, o que resultou em uma reação atrasada sobre a crise. “O governo é o órgão mais bem informado que nós temos. Aí, eu penso que subestimaram e foram surpreendidos com essa reação que paralisou o País”. Para o ministro, é preciso com urgência “imprimir providências que os levem os caminhoneiros a recuar”.