Bolsa cai e ações da Petrobras desabam
O Índice Bovespa tombou 4,49% ontem em sua quarta queda consecutiva, e com isso zerou os ganhos que ainda contabilizava no acumulado do ano. Foi a maior queda percentual desde 18 de maio, quando estourou a crise gerada pela delação da JBS. O índice terminou o dia aos 75. 355,83 pontos, menor pontuação desde 22 de dezembro, ainda em razão da crise gerada pela greve dos caminhoneiros. As quedas se concentraram principalmente nas ações da Petrobras, que caíram mais de 14%. O feriado nos Estados Unidos manteve as Bolsas locais fechadas, o que reduziu a liquidez dos negócios por aqui, favorecendo a ocorrência de oscilações mais bruscas. Foram movimentados R$ 11,1 bilhões.
No oitavo dia da paralisação dos caminhoneiros, causou particular desconforto entre os investidores o aumento de concessões feitas pelo governo em atendimento às reivindicações dos grevistas, sem conseguir colocar um fim ao movimento. As medidas anunciadas nos últimos dias foram vistas como uma nítida interferência do governo nos preços do diesel e o temor é de que essa postura se estenda aos demais combustíveis. Além disso, segue no radar o temor de que a greve se estenda a outras categorias.
Com o resultado de ontem, o Ibovespa passa a contabilizar queda de 12,49% em maio e de 1,37% no ano. Petrobras ON caiu 14,07%, acumulando perda de 19,53%. Já Petrobras PN perdeu 14,60%, com queda de 26,26% no mês. A estatal aprofundou as perdas com especulações de que Pedro Parente cogita trocar a presidência da Petrobras pelo comando da BRF. Em meio ao cenário de crise, a estatal anunciou um novo reajuste no preço da gasolina nas refinarias, com queda de 2,84% a partir de hoje, passando de R$ 2,0096 para R$ 1,9526 - 5º corte consecutivo. Já o preço do diesel segue congelado em R$ 2,1016, conforme acordo com o governo.