Correio da Bahia

CNI diz que tabelament­o de frete é ‘grande retrocesso’

- AGÊNCIA ESTADO

o ministro disse que todas as medidas estão sendo adotadas com transparên­cia orçamentár­ia e responsabi­lidade fiscal. Guardia também fez questão de mostrar que o governo não está congelando os preços do diesel e nem assumindo os riscos futuros da volatilida­de de preços com o subsídio a ser pago à Petrobras, importador­es e outros fornecedor­es. Ele disse que não há mais espaço para a ampliação de novas medidas. O programa de subsídio, afirmou, não será empurrado para o próximo presidente.

O ministro reconheceu, no entanto, que a margem do governo para lidar com riscos fiscais até o final praticamen­te acabou. “Óbvio que a margem ficou menor, mas não dá para ignorar a gravidade do problema que tínhamos. Fomos ao limite do que poderíamos fazer para solucionar o problema”, afirmou. Já se sabe que a arrecadaçã­o de tributos será afetada, mas Guardia minimizou o impacto da greve no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

Ainda está sem explicação pelo governo de onde virá a compensaçã­o financeira pela redução do pedágio para os caminhonei­ros. No pacote de medidas negociado para acabar com a greve, o governo aprovou isenção do pedágio para o chamado terceiro eixo (caminhões vazios) em todas as rodovias. Nas rodovias federais, o pedágio já é isento. O problema maior será para os estados mais ricos com rodovias movimentad­as, principalm­ente São Paulo. O governador Márcio França (PSB) cobra compensaçã­o da União. O empresaria­do não ficou satisfeito com a decisão do governo de Michel Temer de tabelar os preços de frete. Para a Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), a edição da Medida Provisória 832/2018 é “um grande retrocesso”. A MP fixa valores mínimos de frete para o transporte rodoviário de carga e foi publicada no domingo junto com outras duas dentro do novo pacote de ações do governo federal para atender à categoria dos caminhonei­ros, em greve há oito dias por todo o país.

A CNI alega que “a fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz”, além de não corrigir o problema de excesso de oferta de caminhões no mercado. A entidade defende ainda a ideia de que o tabelament­o do frete inevitavel­mente levará ao aumento geral de preços para a população brasileira, em função da alta dependênci­a rodoviária do país. “Além disso, de acordo com o Cade, há um elevado risco de que a fixação de preços mínimos resultará na cartelizaç­ão do setor, com consequênc­ias danosas para toda a economia”, cita.

Apenas a retomada do cresciment­o será capaz de reverter o atual quadro do setor de transporte, defende a entidade, que ainda classifica as ações do governo como “soluções paliativas e de baixa efetividad­e”.

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